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Nacional
Segunda - 17 de Maio de 2010 às 02:42
Por: José Maria Mayrink

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Para o cardeal d. Geraldo Majella Agnelo, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, a divulgação de notícias sobre as denúncias de abuso sexual de menores cometidos por membros do clero católico em todo o mundo - "uma verdadeira chaga", como define - faz parte de "uma campanha para desacreditar a Igreja". Ele também diz que os escândalos não atingem nem 1% dos padres.

 

"Estamos sendo cobrados como se só nós tivéssemos esse pecado", afirma o cardeal. "Sabemos que esses casos não chegam a 1% dos 400 mil sacerdotes que existem no mundo. É uma abrangência baixa, pois dentro da própria família isso aumenta para mais de 10%. Outras categorias têm muito mais", diz, sem citar fontes ou acrescentar detalhes.

"A Igreja não está querendo a absolvição de todos os réus", continua. "Aqueles que forem acusados devem ser submetidos a julgamento. O Direito Canônico prevê punições e existem tribunais eclesiásticos para verificar se a acusação é procedente."

D. Geraldo explica que o bispo da diocese que abre processo canônico para apurar acusações de pedofilia no clero só pode denunciar o caso às autoridades "se ele fez uma investigação, um julgamento, e o padre foi considerado réu e responsável no processo em que está sendo julgado. Se o padre cometeu um crime, pode ser apresentado à lei do país."

O cardeal esclarece que o bispo que faz a acusação deve participar do processo eclesiástico. "Tem de mostrar a acusação documentada. A vítima não é obrigada pelo Direito Canônico, mas também não vai ser impedida de levar o caso a julgamento civil."

Pecados. Ao comentar a fala do papa Bento XVI, pouco antes de chegar a Portugal, paravisita de quatro dias na semana passada, de que a Igreja sofre mais pelos seus pecados internos que por perseguições vindas de fora, d. Geraldo diz que "a Igreja foi sempre santa e pecadora". "Não é porque um pecou que vamos dizer que toda a Igreja não presta. Foi um que pecou", declarou d. Geraldo.

O cardeal também acredita que "a Igreja incomoda pela pregação do Evangelho, ao exercitar um confronto do comportamento humano e da sociedade, com o Evangelho". "A vida cristã não é uma vida folgada. Ela exige renúncias e deveres", ensina.






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