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Saúde
Sábado - 15 de Maio de 2010 às 10:03
Por: Raquel Ferreira

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Uma das doenças que mais mata no Brasil e no mundo, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) aumenta entre os jovens, contrariando a crença popular de acometer somente pessoas idosas. Pesquisa do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) mostra que 32% dos pacientes da unidade atendidos com AVC têm pouca idade. A atual qualidade de vida é um dos fatores que influência o aparecimento do problema.

Dados do Ministério da Saúde apontam que o AVC é uma das 3 principais causas de morte e incapacitação física no país, superando até mesmo o número de vítimas de infarto. O estudo mostra que juntas, as doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, mataram cerca de 300 mil pessoas em 2006, quase 30% do total de óbitos registrados. Em 2005, as 2 enfermidades foram responsáveis por 30% dos óbitos em todo o planeta - o que significa a morte de 17,4 milhões de pessoas por ano.

O neurocirurgião Átila Monteiro Borges explica que existem 2 tipos de AVC: isquêmico e hemorrágico, que é o mais frequente em jovens. O primeiro é provocado por entupimento de uma artéria do cérebro por trombose ou embolia. Neste caso, a pílula anticoncepcional pode ter influência, conforme ocorreu com a estudante Larrisa Ribeiro Silva, 24. A mãe da jovem, Glaucia Aparecida Ribeiro Silva, 49, destaca que o contraceptivo oral potencializou um problema hereditário e raro de coagulação do sangue.

No organismo de Larissa faltava a produção de protrombina, responsável por tornar o sangue fluído e impedir a formação de coágulos e, consequente, trombose. A estudante levava uma vida normal, não fumava, bebia socialmente, mas sem exageros, não usava drogas e recebia acompanhamento médico por apresentar enxaqueca. Porém, a vida saudável não impediu que ela fosse a óbito por conta de um AVC que afetou uma porção importante do cérebro, responsável pelo funcionamento dos órgãos.

O pai de Larissa, Domingos José Francisco da Silva, 49, conta que a filha reclamou de dor de cabeça antes de dormir e ao acordar no dia seguinte estava enjoada. Larissa foi ao banheiro e comentou com a mãe que a cabeça não doía mais, mas ela não sentia o lado esquerdo do corpo. Ela foi levada ao hospital e sofreu uma parada cardiorrespiratória ainda dentro do carro. A jovem deu entrada na unidade de saúde em coma às 11h e morreu às 23h do mesmo dia.

A isquemia sofrida por Larrisa não é comum em jovens. Os casos mais frequentes de AVC nesta faixa-etária são os hemorrágicos. Nesta situação, ocorre o rompimento ou defeito da artéria, segundo o médico Marcelo Sandrin. Dependendo da área do cérebro afetada e a intensidade da lesão, o paciente pode ir a óbito ou ter sequelas diversas. Entre as consequências, o neurocirurgião cita a paralisia de um lado do corpo, dificuldade para falar, enxergar e de sensibilidade.





Fonte: A Gazeta

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