Vítimas de prostituição são garotas menores de idade. Conforme delegada, grupo agenciador é investigado desde 2009, com evidências do crime
Polícia prende em VG moça acusada de agenciar menores

Uma prisão efetuada ontem pela Polícia Civil em Várzea Grande pode acabar revelando mais um esquema de agenciamento de garotas menores de idade para prostituição. Bruna Regina de Oliveira, 20 anos, teve a prisão decretada por figurar como aliciadora de meninas para a exploração sexual, servindo de contato para os contratantes – entre eles estariam inclusive políticos e empresários, o que ainda não foi confirmado. As investigações, iniciadas no ano passado, ainda estão em curso. Bruna responderá por exploração sexual.

A polícia começou a apurar a existência deste suposto esquema de prostituição de menores após receber queixas de pais de algumas meninas. Tendo por base os relatos dos pais e de seis meninas, a Delegacia Especializada da Defesa da Mulher, Criança e Idoso de Várzea Grande compilou uma lista de nomes de envolvidos no esquema para serem investigados.

Pelo menos duas das garotas ouvidas teriam sido agenciadas por Bruna, que negou ter conhecimento de qualquer esquema de prostituição ou que recebia alguma quantia pelo agenciamento – segundo policiais que participaram da prisão, as garotas recebiam de Bruna cerca de R$ 20 por programa realizado.

Embora Bruna tenha negado tudo em depoimento, a delegada Juliana Palhares afirmou que “há elementos suficientes que apontam o agenciamento”. Como as investigações ainda não foram concluídas, Palhares também ponderou, afirmando que “não dá para apontar que exista uma rede de prostituição, mas de fato há outras pessoas envolvidas nessa mercancia do sexo”.

Bruna é paranaense de Maringá, mas foi criada em Mato Grosso, segundo a delegada. Ela saiu algemada e chorando da Delegacia da Mulher para ficar detida no Cisc Parque do Lago e não quis dar declarações. Entretanto, seu advogado, Breno Ferreira Alegria, criticou o inquérito policial, afirmando que a prisão de sua cliente “parece um erro de interpretação“.

Isso porque Bruna seria a única garota maior de idade num ambiente onde só havia menores, explicou Alegria, referindo-se à classe em que Bruna estudava – ela abandonou os estudos, mas não deixou de sair com as colegas para bares e festas.

Nesses locais, se ocorria a prática de prostituição, Alegria defende que Bruna não tinha conhecimento de qualquer esquema, não participava e tampouco tinha poder para impedir qualquer coisa. Ele afirma que conhece a família da cliente, que são pessoas de bem e sugeriu que, por um golpe de azar, Bruna foi parar na delegacia. “Todo mundo está sujeito”, comentou.

O advogado anunciou que pedirá a soltura de Bruna nos próximos dias. Afirmou também que, até o momento, pesam contra ela apenas declarações de uma ou duas pessoas. “Qualquer pessoa pode falar qualquer coisa, né?”.