Estudantes brasileiros são premiados em feira de ciências nos EUA
A premiação ocorreu na Isef (International Science and Engineering Fair), da qual participaram 1.600 estudantes de 59 países. Os organizadores consideram a feira como a maior competição de ciências pré universitária do mundo --há US$ 4 milhões em premiação (R$ 7 milhões).
A estudante paulistana Tamara Gedankien, 17, foi a primeira colocada na área de ciências sociais, ao apresentar um projeto educacional que propõe uma alternativa ao ensino tradicional de matemática. Outro representante brasileiro, Alejandro Scaffa, ficou em primeiro lugar na categoria bioquímica.
Divulgação/Isef |
Tamara Gedankien, 17, que ficou em primeira lugar na área de ciências sociais em feira internacional na Califórnia, Estados Unidos |
Matemática
A estudante começou o projeto como uma iniciação científica na Nova Escola Judaica (fusão dos colégios Renascença e Bialik), em 2008, quando cursava o 2º ano do ensino médio, sob orientação do professor Rogério Giorgion.
Ela chegou a participar da feira no ano passado: "Fui bem avaliada, mas não recebi nenhum prêmio. Mas aí já tinha me apaixonado pela pesquisa, então continuei, insisti, e agora recebi esse sinal de que estou no caminho certo."
Tamara criou um modelo de ensino integrando a matemática à cultura judaica, e, após aplicá-lo em algumas classes, concluiu que os resultados educacionais foram mais satisfatórios do que nos alunos de classes tradicionais.
"Hoje em dia todas escolas do mundo se baseiam no mesmo modelo. Mas na história da humanidade, cada cultura explicou os fenômenos naturais da sua maneira, e isso está sendo jogado fora por causa da padronização. Meu projeto fala em resgatar esse conhecimento, que é muito rico, e ao mesmo tempo provoca uma aprendizagem mais significativa."
Como prêmio, Tamara ganhou uma bolsa de estudos para cursar psicologia na Universidade de Illinois, nos EUA --no valor de US$ 15 mil (cerca de R$ 26 mil) por ano, durante quatro anos. Ela, que estava em dúvida se seguia a carreira de direito ou psicologia, diz que já decidiu estudar nos EUA e aprofundar a pesquisa.
A primeira colocada geral da feira foi a americana Amy Chyao, 15, que desenvolveu um tratamento de terapia fotodinâmica para matar células cancerosas. Ela recebeu US$ 75 mil (R$ 133 mil) da Intel, patrocinadora do evento.
Os brasileiros que ficaram em primeiro lugar nas duas categorias ganharam US$ 8.000 (cerca de R$ 14 mil) de prêmios da Intel cada um, e as escolas, US$ 1.000 (cerca de R$ 1.700).
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