Presidência da Câmara abriu processo administrativo para identificar envolvidos no caso.
Jogatina na Câmara de Cuiabá será investigada
Um grupo de servidores públicos efetivos é suspeito de fazer apostas ilegais durante o horário de trabalho na Câmara Municipal de Cuiabá. A Presidência da Casa já abriu processo administrativo para identificar os envolvidos na jogatina.
Nos corredores da Câmara, o assunto é proibido e ninguém admite que a jogatina corre solta. "Dentro da Câmara não. Nunca vi, nunca ouvi falar. Estou ouvindo falar agora", disse Benedito Fonteles de Lima, servidor da Câmara. "Não posso dizer nada, se joga ou não joga", completou outro servidor, José Reinildes Pinheiro.
A direção da Casa preferiu abrir sindicância. A suspeita é que servidores efetivos estariam jogando cartas, com apostas pagas, durante o expediente. "Os servidores da Câmara Municipal de Cuiabá recebem um bom salário e muitas vezes não prestam nenhum serviço à sociedade e tomamos conhecimento dos jogos apostados, o que não é correto", disse o presidente da Câmara, Deucimar Silva.
Os jogos eram realizados dentro da Câmara Municipal, na Associação dos Servidores. A Lei de Contravenções Penais prevê pena de três meses a um ano de prisão, além de multa, em caso de exploração de jogos de azaer em locais públicos. Os funcionários investigados vão passar por um processo administrativo e poderão até perder o emprego.
"Uma vez apurado que houve fatos irregulares e há indícios de responsabilidade de algum servidor, a Lei Complementar 93, que é o Estatuto do Servidor Público Municipal, estabelece penalidades que vão desde a advertência, suspensão até a pena máxima que é a demissão", explicou Eronides Dias da Luz, consultor jurídico da Câmara de Vereadores.
Na Associação dos Servidores, ninguém foi encontrado para falar sobre o caso, mas o presidente da Câmara garante que a sede deve ser transferida do prédio. "Que eles procurem um novo local para que possa funcionar o sindicato deles. Então nesta Casa, a partir de agora, não vai funcionar mais a Associação dos Servidores Públicos", concluiu Deucimar.
Mais um processo
E outro processo administrativo também foi aberto ontem na Câmara Municipal de Cuiabá. Desta vez é para investigar o envio de uma panela de pressão no valor de R$ 175 para os Estados Unidos. O produto foi pago com dinheiro público em nome da Câmara. Essa investigação e também a da jogatina devem durar 30 dias.
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