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Cidades/Geral
Sexta - 14 de Maio de 2010 às 08:50
Por: Adilson Rosa e Renê Dióz

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O bicheiro João Arcanjo Ribeiro participou ontem de audiência na 15ª Vara Criminal de Cuiabá, onde o juiz José de Arimatéia interrogou duas testemunhas em um dos mais de 30 processos que correm contra o “Comendador”. Sob forte esquema de segurança, ele chegou pela manhã no aeroporto de Várzea Grande vindo da Penitenciária Federal em Campo Grande (MS). Ainda ontem foi levado ao antigo Pascoal Ramos, onde também receberia visitas de familiares e da atual esposa. Arcanjo volta a Campo Grande na manhã de hoje.

O bicheiro chegou à Capital às 11h42, num voo comercial da TAM. Mais de 30 policiais fortemente armados, entre militares da Rotam e civis do GOE, cercaram o avião para que ele desembarcasse. Em seguida, foi colocado numa das seis viaturas estacionadas na pista do Aeroporto Marechal Rondon. De lá, seguiu para o Fórum de Cuiabá para audiência no início da tarde.

Segundo os policiais, por medida de segurança, o avião teve que ser cercado até o desembarque do bicheiro. Trajando uma camisa pólo listrada e calça jeans, Arcanjo foi colocado num dos camburões centrais. Para evitar chamar a atenção, os policiais não ligaram as sirenes das viaturas. Ao contrário do que foi informado, o helicóptero da PM não participou da escolta.

No Fórum, a audiência contou com os depoimentos de Raquel Alves Coelho, funcionária do Banco do Brasil, e Horácio Teixeira de Souza Neto, ambos testemunhas no processo no qual Arcanjo, por meio de sua Confiança Factoring, e outros oito réus são acusados de formação de quadrilha, peculato e atos de improbidade que resultaram no desvio de aproximadamente R$ 60 milhões da Assembleia Legislativa entre 1995 e 2002, ano em que foi deflagrada a Operação Arca de Noé, da Polícia Federal. Arcanjo foi preso no Uruguai no ano seguinte. Foi transferido para a Penitenciária Federal de Campo Grande em 2007.

As testemunhas ouvidas ontem já haviam prestado depoimento em juízo, mas falhas no áudio do material gravado motivaram uma nova intimação. Ontem, a audiência não pôde ser acompanhada por jornalistas, o que foi uma solicitação do próprio Arcanjo. No final da fase de instrução, o processo parte logo para a fase de alegações finais, mas uma decisão só deve sair em questão de meses.

Na semana passada, pela primeira vez a defesa de Arcanjo ingressou com pedido na Justiça de progressão de pena (liberdade condicional). A alegação é de que o bicheiro já tem condições de estar em liberdade e se baseia no cumprimento de sete do total de 19 anos e 4 meses de reclusão determinados para sua pena.






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