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Economia
Quinta - 13 de Maio de 2010 às 22:15

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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira que a autoridade monetária está acompanhando de perto os desenvolvimentos da crise europeia e seus efeitos.

"Como dissemos na ata, estaremos monitorando a crise na Europa com cuidado, estamos monitorando de perto os efeitos na Europa... É prematuro ainda avaliar. A Europa está no início do processo da crise e no início do processo de combate à crise."

"O Brasil está preparado para enfrentar uma crise de menor intensidade ou daquela magnitude [da crise de 2008]... O sistema brasileiro com câmbio flutuante e reservas elevadas permite serenidade no enfrentamento de crises, de aumento de aversão internacional ao risco."

Ele acrescentou que o fluxo de entrada de recursos no Brasil continua positivo, o que permite que o BC continue acumulando reservas. "Temos todos os instrumentos para manter o equilíbrio e a trajetória de crescimento sustentado da economia."

Meirelles disse ainda que redução de gastos são válidos para conter a inflação. O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou hoje que o governo irá cortar R$ 10 bilhões em despesas de custeio como esforço para conter o superaquecimento da economia brasileira.

"Acredito que é uma medida válida [cortar gastos]... qualquer ajuda é bem-vinda nesse processo [de contenção da inflação]... A cada reunião do Copom olhamos todos os fatores da economia para tomarmos decisões", disse Meirelles, durante evento no Rio de Janeiro.

Crise

A União Europeia anunciou um pacote orçado em 750 bilhões de euros (quase US$ 1 trilhão) para defender a moeda europeia e impedir a criação de uma crise sistêmica na região. Desse montante, uma parcela de 250 bilhões de euros virá do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Parte dos 750 bilhões de euros vão servir para uma ação fundamental: a compra pelo BCE (Banco Central Europeu) de títulos de dívida privada e pública das economias mais problemáticas, como Grécia e Portugal.

Às voltas com sérios problemas fiscais, quando esses países tentam levantar recursos no mercado internacional, oferecendo títulos com promessas de juros para grandes investidores globais, são forçados a pagar taxas muito altas para encontrar compradores.

Endividando-se a juros muitos altos, e a prazos muito curtos, os países caem ainda mais na desconfiança dos mercados e agências de "rating" (nota de risco de crédito) como S&P e Moody"s rebaixam suas classificações.

O BCE já avisou que essas compras de títulos públicos começaram já nesta segunda-feira, de modo a estimular a queda dos juros pagos nesses papéis.

Outra parcela dos 750 bilhões de euros será utilizada para empréstimos de emergência para as economias mais problemáticas da região, como a Espanha e Irlanda, além das já citadas Grécia e Portugal.

Pelo menos 60 bilhões de euros foram orçados especificamente para esse objetivo, sendo que outros 440 bilhões foram reservados para um sistema de garantias, de modo a constituir o que já se intitula um "mecanismo de estabilização europeu".

O pacote europeu também prevê que os países envolvidos assumam planos de redução dos deficits nacionais e de reformas estruturais em ritmo acelerado. Lisboa e Madri já se comprometeram com reduções do deficit público para 2010 e 2011, prometendo anunciar maiores detalhes no próximo dia 18.





Fonte: Reuters

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