Acho prematuro dizer que escândalo vai beneficiar Wilson, avalia Oscar
O presidente estadual do DEM, Oscar Ribeiro, acredita que ainda é cedo para avaliar o impacto do escândalo do suposto superfaturamento na compra de máquinas pelo Estado no projeto político do governador Silval Barbosa (PMDB), pré-candidato à reeleição em outubro. Para o líder democrata, muita coisa ainda precisa ser esclarecida e os reflexos da crise só poderão ser mensurados depois que os procedimentos investigatórios forem concluídos. "Acho muito prematuro dizer que isso vai beneficiar Wilson (Santos). Tudo ainda é avaliado e às investigações não terminaram", ponderou Oscar, ao ser perguntado sobre o possível favorecimento à pré-candidatura do tucano ao Palácio Paiaguás. Além de Wilson e de Silval, o o empresário Mauro Mendes (PSB) já anunciou oficialmente o desejo de concorrer ao pleito.
Pesquisa do instituto Vox Populi aponta que a disputa está polarizada em Wilson e Silval. Eles aparecem empatados tecnicamente. Enquanto o peemedebista figura com 27%, o tucano tem 26% da preferência do eleitorado. Já Mendes aparece com 14%. "O processo eleitoral está zerado. Não diria que estão tecnicamente empatados, mas empatados mesmo", pontua Oscar.
Por enquanto, o desgaste do suposto superfaturamento não teve reflexo nas intenções de voto acumuladas por Silval. A Delegacia Fazendária investiga o caso e uma auditoria preliminar apontou um sobrepreço de R$ 36,8 milhões na compra de 705 máquinas pelo governo. Desde que as investigações começaram, dois secretários "caíram": Vilceu Marchetti (Infraestrutura) e Geraldo de Vitto (Administração).
O maquinário foi adquirido por meio de um empréstimo de R$ 241 milhões do Estado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e distribuído aos 141 prefeitos. Com a “sobra” dos recursos, de R$ 14 milhões, foram comprados 94 ônibus, que deveriam ser distribuídos às Associações de Pais e Amigos de Excepcionais (Apaes) e organizações sociais, conhecidas como Pestalozzi. Hoje existem pelo menos 100 Apaes e Pestalozzi no Estado.
Assim como na aquisição das máquinas, o certame das secretarias estadual de Infraestrutura e Administração para aquisição dos ônibus será auditado para apurar possíveis irregularidades e superfaturamento. Cada veículo custou cerca de R$ 149 mil.
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