Bicheiro vem ao Estado para ser interrogado em audiência na Capital e receberá visitas
Arcanjo chega hoje, às 11 horas, no aeroporto
O bicheiro João Arcanjo Ribeiro retorna hoje a Cuiabá para ser interrogado pelo juiz José Arimatéia, da 15ª Vara Criminal, acerca de crimes contra a ordem tributária e a administração pública. Preso desde 2007 na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), Arcanjo ficará na Capital por apenas 24 horas e, neste período, receberá visitas de netos, filhos e da atual companheira no Presídio Central (Pascoal Ramos). Apontado como chefe do crime organizado no Estado, ele também é acusado de ser mandante de pelo menos sete assassinatos.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Arcanjo deve chegar hoje, às 11h, no aeroporto de Várzea Grande sob forte esquema de segurança, com escolta terrestre e aérea formada por forças policiais especiais. Do aeroporto, seguirá direto ao Fórum da Capital para comparecer a audiência marcada para as 14h30. De lá, será encaminhado ao Presídio Central para dormir e receber as visitas já autorizadas pelo juiz da 15ª Vara. O retorno para Campo Grande está previsto para amanhã, às 11h.
Arcanjo será interrogado sobre um dos mais de 30 processos judiciais (enumerados pela própria defesa) que correm contra si. No caso, ele responderá sobre a acusação do Ministério Público de formação de quadrilha, crime de peculato e atos de improbidade envolvendo sua Confiança Factoring e a cúpula da Assembléia Legislativa entre 1995 e 2002, ano em que foi deflagrada, pela Polícia Federal, a Operação Arca de Noé. Arcanjo havia fugido para o Uruguai, onde foi encontrado e preso somente em 2003.
Aproveitando a ocasião da audiência judicial, Arcanjo receberá oito visitas no Pascoal Ramos – entre elas netos, filhas, uma sobrinha, o genro Giovani Zem (responsável por manter os negócios do bicheiro desde que ele foi preso) e a atual companheira, Maria Aparecida Vieira Leite, a jornalista Cida Montenegro. O diretor do presídio já foi oficializado pela Justiça para autorizar as visitas enquanto Arcanjo estiver em Cuiabá.
LIBERDADE – Na semana passada, pela primeira vez a defesa de Arcanjo ingressou com pedido na Justiça para progressão de pena (liberdade condicional). A defesa alega que o bicheiro já tem condições de estar em liberdade e se baseia no cumprimento de sete do total de 19 anos e 4 meses de reclusão determinados para sua pena. Menciona que a legislação brasileira estabelece como requisito ao pedido de progressão o cumprimento de pelo menos um sexto da pena estabelecida e alega que o bicheiro já teria alcançado remissão de pena também por “trabalho prestado” num curso do Serviço Nacional de Aprendizagem (Senai).
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