Sobe para 68 número de mortos em ataques no Iraque
No que já está sendo caracterizado pelas agências de notícias internacioanis como "o dia mais sangrento do ano", uma série de ataques deixou ao menos 68 mortos nesta segunda-feira no Iraque.
As autoridades atualizaram os números de mortos e feridos após explosões e ataques armados no país. De acordo com a agência de notícias France Presse são ao menos 68 mortos somente hoje no Iraque, após a explosão de dois carros-bomba na cidade de Hillah, cerca de cem quilômetros ao sul da capital Bagdá, e uma série de ataques armados e explosões em ao menos outros nove atentados.
Segundo a agência de notícias France Presse, os dois carros-bomba explodiram no estacionamento de uma fábrica têxtil no momento de saída dos trabalhadores.
De acordo com a agência Associated Press, que também já indica esta segunda como o dia "mais mortal" do Iraque neste ano, os mortos já são 75, citando um porta-voz da polícia provincial de Babil, o major Muthana Khalid.
A Associated Press diz que o Dr. Zuhair al Khafaji, diretor do hospital local al Hillah, também confirma o número de 75 mortos nesta segunda-feira no país.
Números
Segundo a agência France Presse, citando o major-general Qassim Atta, a segunda-feira já registra 20 ataques, que seriam "coordenados para atingir alvos civis e militares".
AP |
Iraquianos observam danos causados por bombas detonadas em casas de policiais em Fallujah, 65 km a oeste de Bagdá, no Iraque |
A onda de violência chega num momento em que o Iraque tentar formar um novo governo, dois meses após as eleições que não produziram um novo gabinete.
Os oficiais da Comissão Eleitoral disseram no domingo (9) que os resultados oficiais das eleições de 7 de março estavam quase finalizados, exceto por uma Província. Em Bagdá, a recontagem teria atingido "mais da metade" dos vostos.
Segundo estatísticas dos ministérios da Saúde, Interior e Defesa iraquianos, o número de mortos no país no mês de abril quase não sofreu alteração em relação ao mesmo mês do ano passado.
Em abril de 2010 o Iraque contabilizou 328 mortos (274 civis, 39 policiais e 15 soldados), e no mesmo mês de 2009 foram 355 mortos. O número foi menor do que o registrado em março deste ano, quando 367 pessoas morreram no país.
Dia mais mortal
O país registrou um número elevado de ataques somente nesta segunda-feira. Em um deles, ao menos oito pessoas morreram e cerca de 70 ficaram feridas por causa da explosão de um carro-bomba e de uma bomba instalada em uma estrada da pequena cidade de Suwayrah, 40 quilômetros ao sul da capital Bagdá, informou o Ministério do Interior.
Autoridades locais disseram que a bomba colocada na estrada foi a primeira a ser detonada. Quando várias pessoas se juntaram para observar os danos, o carro-bomba foi detonado. Alguns dos feridos estão em estado grave, por isso que não se descarta que o número de vítimas aumente.
A explosão também causou graves danos em muitos veículos da região, assim como em estabelecimentos comerciais.
Em Bagdá, cinco postos de controle da polícia e do Exército foram atacados, alguns deles por grupos armados com pistolas com silenciadores. Segundo a agência de notícias Efe, ao menos seis agentes de segurança morreram.
Além disso, outros dois policiais morreram e 11 pessoas ficaram feridas por causa da explosão de três artefatos explosivos, também na capital iraquiana.
Em outro ataque, desta vez em Fallujah, a 65 quilômetros a oeste da capital iraquiana, pelo menos quatro pessoas morreram e outras 19 ficaram feridas pela detonação de explosivos que tinham sido colocados em cinco casas de policiais.
Perto de Baquba, capital da Província de Diyala, duas pessoas morreram e outra ficou ferida devido à explosão de uma bomba durante a passagem do veículo no qual viajavam, na região de Al Biya.
Ainda nesta segunda-feira, vários insurgentes armados dispararam e assassinaram um membro do conselho local da zona de Al Khales, 15 quilômetros ao norte de Baquba.
As mesmas fontes informaram sobre a explosão de um carro-bomba perto de um prédio público da região de Tarmiyah, 30 quilômetros ao norte de Bagdá, em um atentado que deixou três mortos e 16 feridos.
No norte do país, um carro-bomba que explodiu na passagem de uma patrulha conjunta do Exército iraquiano e o dos EUA com milicianos do Curdistão, ao norte da cidade de Mossul, deixou dois mortos.
A violência caiu no Iraque desde o fim de uma guerra sectária entre 2006 e 2007, com a ajuda de milhares de militares americanos. A eleição de 7 de março passado, que acabou sem vencedor claro, alimentou as tensões.
A aliança do ex-primeiro-ministro Iyad Allawi, xiita secular, tem forte apoio dos sunitas para um governo. As principais coalizões xiitas, contudo, concordaram em formar uma aliança que enfraquece Allawi e irrita os sunitas --fora do poder desde a queda de Saddam Hussein.
Com agências internacionais
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