Pesquisa Ibope é igual máquinas superfaturadas, ironiza Percival
Com seu estilo polêmico, o deputado Percival Muniz, presidente regional do PPS, comparou o resultado da pesquisa Ibope às máquinas superfaturadas do governo do Estado. Ele se mostra inconformado com os números, que apontam a liderança do governador Silval Barbosa (PMDB), com 31%, seguido pelo tucano Wilson Santos, com 27% e, na lanterna, o empresário Mauro Mendes, com 15% das intenções de voto.
O parlamentar reconhece que, de fato, Mendes não lidera, mas considera equivocado o percentual inferior a 20% atribuído ao nome do pré-candidato socialista. A defesa não é à-toa. Além de ter conduzido o PPS para aliança com Mendes, Percival é cotado para compor a chapa majoritária como vice. "Essa pesquisa está igual as máquinas superfaturadas do governo", reage.
Ele questiona o fato da TV Centro América (afiliada da Rede Globo), que encomendou a pesquisa, não ter divulgado dados sobre rejeição dos pré-candidatos, assim como a amostragem espontânea e outros detalhes, como municípios pesquisados. Afirma que o resultado pró-Silval surge numa hora de crise no governo. "Está na cara que essa pesquisa foi para tirar o Silval da onda negativa".
Ao mesmo tempo que questiona os números, o dirigente do PPS afirma que a tendência é as próprias pesquisas apontarem Mendes com mais de 20% e prevê que este deve atingir o patamar de 30% até as convenções de junho. Aposta na conquista daqueles que hoje se mostram indecisos. "Para o Mauro, esses números divulgados não são ruins. O nome dele vem crescendo gradativamente. Agora, o percentual atribuído ao Silval representa a gordura das máquinas", ironiza o deputado, insuando fraudes do Ibope no trabalho de campo, feito entre 1º e 4 deste mês, com 812 entrevistas e com uma margem de erro de 3% para mais ou para menos. "Eu tenho absoluta certeza para questionar esses dados. Se for preciso, mostra documentos".
Na avaliação do ex-deputado federal constituinte e ex-prefeito de Rondonópolis por dois mandatos, as eleições para governador vão ser muito conceitual. Acredita que a população não será mais tão passiva, ou seja, se envolverá no processo eleitoral "porque sabe que não adianta deixar para os políticos conduzí-lo sozinhos porque, ao final, só sairá coisa ruim". "O poder é do povo e, talvez, esta venha a ser a eleição com a maior participação da população, que não aguenta mais tantos escândalos de corrupção".
Perguntado sobre o que diferencia em termos de perfil o seu pré-candidato Mendes dos demais postulantes a cadeira de governador, Percival Muniz afirma que o empresário reune conceitos fortes. Diz que Mendes prega uma forma de se administrar na vida pública com menos interferência política, agrega o empreendedorismo e tem capacidade para avançar num novo ciclo de desenvolvimento, que é a agroindustrialização. Segundo o parlamentar, o gargalho do déficit energético foi superado com o governo Dante de Oliveira. Afirma que a questão de logística, com investimentos em infraestrutura, também avançou com Blairo Maggi e com apoio do governo Lula. "Agora começa a grande onda da agroindustrialização e o Mauro vem desse setor, tem credibilidade e perfil agregador". Para Percival, não basta ser honesto, ser bom gestor porque isso é praticamente uma obrigação e avalia que Mauro Mendes contempla todas essas qualidades e ganha ponto também por ser uma liderança que mostra independência.
Wilson e Silval
Sobre Wilson Santos (PSDB), que renunciou ao mandato de prefeito de Cuiabá para concorrer ao Paiaguás, Percival afirma que "pegou mal para o tucano a dificuldade que teve para desempenhar boa gestão". Diz que Wilson sempre foi legislador e, quando se viu na condição de prefeito, deixou macular a imagem de má gestor, de demagogo e de populista. "A população não quer uma administração tecnocrata, mas também rejeita o populismo. É preciso ter competência, desde a hora de montar equipe. Estamos diante de uma população muito politizada". O deputado entende que a salvação do tucano pode ser a força vinculada ao presidenciável José Serra, que lidera a corrida ao Palácio do Planalto.
Quanto ao peemedebista Silval, o presidente regional do PPS vê três pontos negativos no projeto de reeleição do peemedebista. Afirma que um deles é a questão do PMDB, questionado por ter muitos líderes envolvidos em escândalos. O deputado vê também um Silval engessado e sem liberdade para agir. "Ele (Silval) assumiu uma máquina, mantendo praticamente as mesmas pessoas e não tem autonomia para lubrificar essa máquina". O terceiro ponto, diz Percival, é a associação do peemedebista com a velha prática política de usar o poder público para atender a interesses pessoais de um grupo.
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