Tecnologia aumenta a renda do produtor
A persistência da pesquisadora e mestre em Medicina Veterinária Mara Helena Saalfeld mostrou uma solução ambientalmente correta para a pecuária leiteira, reconhecida em 2007 pela Fundação Banco do Brasil, Petrobras e Unesco como biotecnologia social. Ela desenvolveu a técnica da silagem de colostro como substitutivo na amamentação de bezerros. A prática faz com que o pecuarista deixe de destinar diariamente 4,5 litros para amamentar bezerros.
Em 2 meses, diz, não se vende 250 litros para criar bezerros. Com base no cálculo de 580 mil vacas leiteiras ordenhadas por dia em Mato Grosso, a pesquisadora revela que o uso da silagem de colostro permite renda de R$ 98,6 milhões para criadores de animais leiteiros. O colostro é o primeiro leite da vaca após o parto. A tecnologia, afirma, permite um trato ambiental e multiplicação de rentabilidade para o segmento.
Para chegar à conta, a pesquisadora utilizou como valores médios o valor de 250 litros de leite consumidos por bezerros em 2 meses, cujo o preço de venda seria R$ 0,68 pago ao produtor, multiplicado pelo número de bezerros ou bezerras para cada animal adulto (580 mil). Ela afirma que o colostro é jogado na natureza e utilizado para criação de suínos em pequenas propriedades. Mara diz que desde 2002 tentava comprovar a pesquisa e tecnologia, tendo sido recusado o tema para um doutorado naquele ano usado em 2003 como apresentação científica em um congresso de agroecologia no Rio Grande do Sul.
Para obter a base da silagem, diz, a técnica é recolher o colostro em uma garrafa Pet de 2 litros limpa e seca. O recipiente deve ser cheio até à tampa, para tirar o ar. Depois, ela deve ser guardada em local sem sol por 10 dias. Cada litro do colostro dá 2 litros de silagem, um iogurte salgado ácido, com 13% a 14% de proteína.
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