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Economia
Domingo - 09 de Maio de 2010 às 11:15
Por: Jonas da Silva

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 Criação de gado no Estado já está integrada à agricultura e atende às exigências ambientais
Criação de gado no Estado já está integrada à agricultura e atende às exigências ambientais

Uma agropecuária mais ajustada a padrões competitivos em termos ambientais necessita ser praticada em Mato Grosso, sob pena da pressão da opinião pública reduzir demanda dos produtos e a renda do pecuarista. Algumas soluções foram apontadas no Encontro Internacional de Negócios da Pecuária (Enipec), realizado em Cuiabá. O ajuste de produção, com reutilização ou aproveitamento de resíduos de propriedades é uma das alternativas para o setor. Outra saída, é o investimento em pesquisa e no marketing para mostrar produtos e a forma do negócio da agropecuária. A nova forma de se produzir e controlar as atividades no campo requer mudança de comportamento.

A professora e pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Marcia Dutra de Barcellos, avalia que a preocupação atual é com a produção sustentável da pecuária. Ela recomenda aportes em novas tecnologias, promoção comercial, e que não devem ficar limitados à política. A nova pecuária requer mudança firme de postura, pois os consumidores e a população em geral pensam no curto prazo, querem resultados imediatos. "Temos a produção de biocombustíveis, etanol. Mas não podemos produzir combustível verde e sermos acusados de utilizar mão-de-obra escrava".

A pesquisadora explica que a necessidade de investimento tecnológico nas fazendas tem como carência a falta de atenção dos governantes e empresas brasileiras na educação básica. A professora descreve que "é preciso formar mentes brilhantes no Brasil". "É muito preocupante querer que a pessoa recicle, se ela vive no lixo, na pobreza". Ela comenta o caso da Austrália e do Uruguai, dois países que têm atividade econômica na pecuária, e que sabem tirar proveito da visão sustentável ao unir o binômio pesquisa e marketing. No país da Oceania, para cada animal abatido é recolhido US$ 5 a um fundo setorial para a promoção da carne e da condição de sanidade do rebanho. O resultado, diz, Marcia de Barcellos: "A Austrália usa bem sua natureza, a imagem do país, tem políticos, pesquisadores e marketing no mundo inteiro. E vendem para os mercados mais valorizados".

O caso do Uruguai, continua ela, é que em todo evento de carne bovina, os sócios brasileiros do Mercosul fazem marketing institucional. "Eles sempre estão lá, o mote deles é que a carne é produzida de forma natural. Eles aproveitam a ideia do animal criado a pasto, de que são bem tratados". Essa estratégia, avalia Marcia, é visão clara dos dois países quanto ao negócio que tocam e tem impacto firme de apelo ao consumidor, pois, na Europa, o gado é criado e engordado em confinamento.

O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (MG), professor Egídio Konzen, aponta a suinocultura em Mato Grosso com profissionalismo no trato ambiental, pois em 80% dos casos de destinação dos dejetos há presença da assistência técnica. Ele alerta que manejos ambientais simples também trazem retorno. No Paraná, diz, uma pesquisa em propriedade detectou que 78% do fertilizante colocado no solo foi para um córrego por falta de proteção contra enxurrada





Fonte: A Gazeta

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