O ex-secretário de Educação, deputado Ságuas Moares (PT), reconhece que o governo comprou 94 ônibus para trasporte escolar com a sobra do empréstimo contraído com o BNDES para máquinas
Ságuas diz que Vilceu conduziu licitação para compra de ônibus
O ex-secretário estadual de Educação, deputado Ságuas Moares (PT), revela que os ônibus escolares distribuídos às Associações de Pais e Amigos de Excepcionais (Apaes) e organizações sociais, conhecidas como Pestalozzi, foram adquiridos com recursos provenientes do mesmo empréstimo obtido pelo governo no BNDES, em fevereiro deste ano, para a compra das 705 máquinas com indícios de superfaturamento. "Não foi pela Seduc. Fiquei sabendo que eram recursos que haviam sobrado da compra das máquinas", informou Ságuas nesta sexta (7), em entrevista ao RDNews. Ele frisa que o certame para a aquisição dos ônibus foi comandado pelo ex-secretário de Infraestrutura, Vilceu Marchetti (PR).
O governo comprou 94 ônibus ao custo de R$ 14 milhões. Cada veículo custou cerca de R$ 149 mil. "Na época entraram em contato com a gente para descobrir o número de Apaes e Pestalozzi. A Seduc não participou de nenhum momento do procedimento", assegura o petista. Segundo ele, todos os ônibus entregues às entidades contêm carroceria própria para transporte de passageiros e cadeirantes, elevador de acesso para portadores de necessidades especiais, dois boxes destinados a cadeirantes, assoalho antiderrapante e ar condicionado. Hoje existem pelo menos 100 Apaes e Pestalozzi em Mato Grosso.
A compra dos veículos para crianças portadoras de necessidades especiais também será alvo de investigação pela Auditoria-Geral do Estado. O início da análise nos procedimentos licitatórios vai ocorrer depois que forem concluídas as apurações sobre o suposto superfaturamento de R$ 36,8 milhões na compra de 705 máquinas do programa Mato Grosso 100% Equipado. Caso seja comprovada também a existência de irregularidades na aquisição dos ônibus, o governo Silval Barbosa (PMDB) enfrentará novo desgaste.
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