Cuiabá: Segue crise entre dentistas e município
A crise entre os dentistas que atendem pelo Sistema Único de Saúde em Cuiabá não tem data para terminar. Em greve há 100 dias, completados ontem, a categoria cobra o cumprimento de acordo feito no dia 24 de março com a prefeitura para que o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) fosse enviado à Câmara dos Vereadores o mais rapidamente possível, o que não ocorreu.
O agravamento da crise aconteceu por causa da demissão de 55 dentistas na última segunda-feira. “O acordo era não demitir ninguém até a realização de concurso”, informou o presidente do Sindicato dos Odontologistas (Sinodonto), Gustavo de Oliveira.
A rede de atendimento odontológico de Cuiabá, segundo Gustavo, precisaria de pelo menos mais 270 dentistas para funcionar de forma ideal. “Com essa demissão agora, não sei como será feito o atendimento nas clínicas”, disse.
O sindicato reivindica, além de salariais e da aprovação do PCCV, adequação das clínicas às normas da Vigilância Sanitária. “Os nossos locais de trabalho precisam ajustar itens como limpeza e dedetização. Isso, fora a falta de material para os tratamentos odontológicos”, afirmou Oliveira.
Apenas os procedimentos de urgência e emergência estão sendo feitos pelos dentistas, que estão com 30% do pessoal atuando. Pacientes com dores e inchaço no rosto decorrente de inflamação estão sendo atendidos normalmente.
A prefeitura apresentou, durante as negociações realizadas ao longo da paralisação, proposta salarial aceita pelos profissionais. O salário dos dentistas será de R$ 1,3 mil. A proposta foi avaliada pelo Sinodonto como um primeiro passo, porque se trata apenas da incorporação do valor dos prêmios ao salário. Em outras palavras, não significa ganho real, apenas imediato.
A secretaria de Saúde informou, por meio da assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar sobre a manifestação de ontem.
Comentários