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Bustamante diz que está sendo confeccionado o retrato-falado do incendiário e que não descarta a participação de presos no crime
Polícia investiga origem do atentado
Criminoso entrou no veículo, mandou o motorista descer, espalhou a gasolina e ateou fogo; Detentos teriam assumido autor
A polícia tenta descobrir se o atentado que incendiou um ônibus da empresa Pantanal foi mesmo encomendado pelos presos das unidades prisionais do Estado. Após os criminosos colocarem fogo no coletivo, um homem ligou para o Ciosp (Centro Integrado de Operações de Segurança Pública) e assumiu a autoria da ação. Ele disse que os detentos iriam matar inocentes, caso a greve dos agentes, suspensa ontem, não terminasse.
Na manhã de ontem, o secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, informou que um retrato-falado está sendo elaborado pela polícia. Com a ajuda de testemunhas, ele acredita que identificará o homem que entrou no carro, jogou gasolina e ateou fogo.
O secretário acrescentou que está sendo investigada a ligação de presos da Penitenciária Central do Estado (PCE) na ação. Um deles pode ser o autor da ligação feita ao Ciosp.
“Se a ligação partiu de algum presídio, será apurado, Se não for, vamos descobrir quem são os responsáveis. Uma coisa é certa. Esse tipo de ação não cabe em Mato Grosso. Não vamos permitir isso”, ressaltou.
Segundo atendentes do Ciosp, numa ligação em diálogo curto, o suposto detento da PCE, alegava que o motivo seria a greve dos agentes prisionais iniciada na semana passada.
Conforme o suposto detento, o incêndio é uma represália, uma vez que familiares de presos foram maltratados nesta semana durante o horário de visitas.
Na ligação, que foi gravada, o suposto preso exige que a greve seja encerrada. Caso contrário, ameaçam novos atos de vandalismo e até mortes.
“Vai morrer família, inocente, vai morrer gente no centro, vai morrer todo mundo se não parar com esta greve”, diz um trecho da gravação, que foi divulgada pela TV Record de Cuiabá.
O CRIME - O incêndio do ônibus da empresa Pantanal Transportes ocorreu após um rapaz, aparentando ser adolescente, invadir o veículo com um galão de combustível. Ele mandou o motorista sair e disse iria atear fogo no veículo. Em seguida, jogou o combustível e queimou o coletivo da linha 302, no bairro Aroeira.
O incêndio ocorreu, por volta das 22h30 assim que o motorista parou no ponto final.
Segundo o motorista Odilon Pereira dos Santos, de 47 anos, assim que parou o veículo e desceram os passageiros, o rapaz chegou com o galão anunciando o ato de vandalismo.
Ele dirigia um coletivo que fazia o percurso da Vila da Serra, via CPA I, até o centro da Capital.
Ao perceber as chamas, o motorista acabou esquecendo os documentos no veículo. As chamas chegaram a atingir um sobrado próximo.
O dono do imóvel, João Rodrigues Mariano, de 60 anos, disse que viu as chamas e correu para o local. Quando chegou, o ônibus já estava destruído e o fogo tinha danificado a fachada e o forro do sobrado, que ele aluga para comerciantes.
Conforme Mariano, o Corpo de Bombeiro chegou 3 minutos após ser acionado, mas a agilidade não foi suficiente para salvar o veículo e nem o prédio dele.
Como o incendiário não falou nada sobre o objetivo da ação, os policiais militares que atenderam a ocorrência pensaram se tratar de uma ação de traficantes da comunidade. Eles fizeram rondas pelas proximidades, mas não localizaram o suspeito.
Fonte:
Do Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/13369/visualizar/
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