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Economia
Quarta - 05 de Maio de 2010 às 16:25

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O fim do benefício do IPI reduzido impactou negativamente sobre a venda de veículos no estado. No primeiro mês de imposto cheio novamente, Mato Grosso registrou queda em torno de 30% em todos os segmentos, o que já era esperado pelo setor que previa a baixa nos faturamentos.

De acordo com o levantamento do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Mato Grosso (Sincodiv), divulgado em coletiva na manhã desta quarta feira (05.05), o estado emplacou 5.719 veículos neste mês contra 8.029 no mesmo período do ano passado. A diminuição é de 28,77%. Já em relação a março deste ano a diferença é de -37,57%, mês em que foram emplacados 9.161 veículos.

O segmento de automóveis emplacou 2.020 veículos ante 2.652 em abril de 2009. A queda foi a menor entre todos os setores: -23,83%. Na comparação com março deste ano, quando foram vendidos 3.464 automóveis, o déficit é de 41,68%. O emplacamento de motocicletas ficou 32,02% abaixo de abril do ano passado. Naquele mês a isenção do IPI estava em vigor e o estado registrou a venda de 4.047 motos, enquanto neste mês foram emplacadas 2.751.

Segundo o presidente do Sincodiv, Paulo Boscolo, esses dados representam a ressaca do mercado. “A queda atual não é expressiva, já era anunciada, não é nenhum sinal de crise”, afirma Boscolo. Para ele, esse é o resultado de uma ação governamental bem sucedida, a fim de contornar os problemas gerados pela crise econômica. 

SEGMENTOS – Em abril, o segmento de comerciais leves emplacou 638 veículos, o de pesados, 134, o de ônibus, 14 e o de semi-reboque, 162. A queda na comparação com abril de 2009 foi de 25,64%, 36,49%, 39,13% e 31,93% respectivamente. 

ACUMULADO DO ANO – O único número positivo do levantamento, embora muito pequeno, é referente ao acumulado do ano. No primeiro quadrimestre deste ano já foram emplacados 30.123 veículos, enquanto em 2009 foram 29.709. A elevação é de 1,39%.

Mato Grosso tem o imposto mais alto do país

Durante a coletiva, o presidente do Sincodiv ainda falou que a arrecadação indevida de impostos tem tirado o sono dos concessionários. Segundo ele, aproximadamente 90% das cobranças feitas pela Secretaria de Fazenda desde novembro passado envolvendo operações realizadas entre 2004 e 2009 correspondem à mercadorias  que não deveriam ser tributadas.

Segundo o presidente, neste último mês a reação do setor se intensificou devido à emissão de multas acessórias sobre 100% do débito que já havia sido julgado improcedente. Boscolo explica que a partir de um cruzamento de informações que a Sefaz realizou, houve uma cobrança de mais de R$ 2 bilhões de dívidas de ICMS, indevidas. "Surpresos com este montante descobrimos de onde surgiram tais valores, a Sefaz cobrou impostos de notas fiscais de veículos para teste drive (que por lei não é devido), de devolução de produtos e de mercadorias diretas das fábricas. Passamos a ser considerados inadimplentes e dessa forma, perdemos algumas condições de compensação de crédito tendo que pagar impostos indevidos para poder liberar cargas que passam pela fiscalização nas barreiras”, observa. 

“Esperamos conseguir conversar com a Secretaria de Fazenda que ainda não nos recebeu para encontrarmos uma solução. No entanto, iremos negociar apenas o que de fato devemos, porque assim está muito difícil trabalhar. É preciso que o Estado perceba que geramos emprego, pagamos impostos e investimos em Mato Grosso, mas em razão deste arroxo fiscal, pois MT cobra o imposto mais alto do país, às vezes sentimos vontade de fechar as portas e ir para outro lugar”, revela Boscolo.






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