Mesmo sem o aval da maioria, deputado Guilherme Maluf (PSDB) diz que já conta com 6 assinaturas para emplacar CPI e agora luta para conseguir apoio de pelo menos mais 2 parlamentares
Maluf diz que pressão popular vai ajudar a emplacar CPI das Máquinas
O deputado Guilherme Maluf (PSDB) acredita que a pressão popular fará com que ele consiga mais duas assinaturas, além das 6 que já estão garantidas, e "emplaque" a CPI das Máquinas. Na sessão desta quarta (5) ele vai tentar convencer mais colegas a assinar o requerimento. Entre os que devem aderir à CPI está Otaviano Pivetta (PDT). Assim, ele ficará a um passo de criar a comissão que pretende investigar o suposto superfaturamento de R$ 36,8 milhões na compra de 705 máquinas.
Ele argumenta que a situação está cada vez mais insustentável e que a Assembleia precisa se posicionar sobre o assunto. Entende que a ação popular protocolada pelo advogado Antônio Sebastião Gaeta contra cinco figuras da administração estadual, entre elas o ex-governador Blairo Maggi e o atual, Silval Barbosa, por improbidade administrativa, deve favorecer o aumento da pressão popular pela criação da CPI. "Esse pedido de perícia das máquinas e cassação dos direitos políticos nessa ação judicial vai dar uma apertada", pontua Maluf.
Na sessão desta terça alguns deputados, como o presidente da Assembleia José Riva (PP), defenderam apenas a criação de uma comissão para acompanhar os trabalhos já iniciados pelo Ministério Público. Para Riva, o clima eleitoral vai prejudicar os trabalhos e será complicado para os membros da comissão trabalharem e se reunirem efetivamente. O tucano, discorda. Para Maluf uma comissão de acompanhamento não tem "poderes" para convocar, por exemplo, pessoas para prestar esclarecimentos. "Sou favorável à criação da CPI porque é um instrumento contundente", pontua. Até agora 6 deputados assinaram o requerimento: Maluf, Percival Muniz (PPS), Vilma Moreira (PSB), Chica Nunes, Dilceu Dal Bosco e José Domingos Fraga, todos do DEM.
Caso o tucano emplaque a CPI, o governador Silval Barbosa (PMDB) deve viver mais um desgaste provocado pelo escândalo das máquinas. Desde que o MP denúnciou o pagamento indevido de juros, não cobrança da diferença do ICMS e possível superfaturamento na compra do maquinário, dois secretários já foram exonerados: Vilceu Marchetti que comandava a Sinfra e Geraldo De Vitto, que respondia pela pasta da Administração. A Delegacia Fazendária conduz as investigações para descobrir o que de fato ocorreu e, paralelamente a isso, auditores fiscais finalizam um relatório sobre os pregões 87 e 88, por meio dos quais o governo comprou as máquinas. No total foram investidos R$ 241 milhões provenientes de um empréstimo junto ao BNDES.
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