De Vitto é o segundo a deixar cargo após escândalo
O secretário de Estado de Administração, Geraldo De Vitto, acaba de anunciar que pediu exoneração. Entretanto, o governador Silval Barbosa (PMDB) teria pedido que o tratamento interno para o até então secretário fosse de afastamento por tempo indeterminado. Ele é o segundo a “cair” em função da denúncia de superfaturamento na aquisição dos 705 maquinários pelo governo do Estado.
"Minha saída é para garantir a lisura do processo. É uma decisão pessoal que preza pela transparência", declarou De Vitto, na tarde desta terça-feira (4), no Palácio Paiaguás. "Não poderia ser diferente tendo em vista os sete anos em que estive a frente da SAD", completou.
O secretário afirmou estar tranquilo e isentou a Secretaria de Administração de qualquer culpa no caso. Segundo ele, a SAD apenas homologou a licitação tendo um decreto como respaldo.
De Vitto chegou a procurar o governador Silval Barbosa na noite de segunda-feira (3), mas a conversa acabou adiada, além disso, o chefe do Executivo ainda estava sob pressão por parte da executiva do PR, que defendia a permanência do secretário no cargo.
Geraldo De Vitto também se reuniu com o presidente do PR, Wellington Fagundes, e o deputado Jota Barreto (PR), no fim da tarde de ontem, mas o afastamento foi inevitável.
O clima pelos corredores do Palácio Paiaguás era tenso e apesar da insistência de alguns republicanos pela permanência de De Vitto, que é membro da executiva do PR, Silval resolveu acatar a demissão do secretário para amenizar a pressão que vem sofrendo e demonstrar transparência na apuração dos fatos.
O caso
O Ministério Público do Estado determinou a instauração de inquérito policial para apurar as denúncias de superfaturamento na aquisição de 705 maquinários feita pelo governo do Estado no ano passado. O relatório preliminar elaborado pela Auditoria Geral do Estado (AGE) já confirmou que houve um sobrepreço em pelo menos 16% das aquisições.
O pedido foi elaborado por meio da 14ª Promotoria Criminal Especializada na Defesa da Administração Pública e Ordem Tributária de Cuiabá e baseia-se no relatório elaborado pela Auditoria Geral do Estado. As investigações já foram iniciadas pela Delegacia Especializada de Administração Pública e Fazendária e servidores da Sinfra e empresários deverão ser ouvidos.
Os dois pregões foram realizados pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) por meio da Central de Licitações da Secretaria de Estado de Administração (SAD).
Comentários