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Internacional
Terça - 04 de Maio de 2010 às 06:51

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acha que ainda é cedo para que a comunidade internacional reconheça a legitimidade do novo governo de Honduras. De acordo com o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, para Lula, a chancela ao governo de Porfirio Lobo pode abrir um precedente a futuros golpes de Estado na região.

"A principal preocupação do presidente Lula é não criar um precedente de aceitação apressada de um governo que, em última análise, é fruto de um processo que foi iniciado com um golpe de Estado", disse Baumbach.

Porfirio Lobo foi eleito no ano passado em meio a um processo eleitoral ocorrido enquanto o país era governado pelo presidente golpista Roberto Micheletti, que assumiu o cargo após a deposição de Manuel Zelaya, em junho do mesmo ano.

O porta-voz confirmou ainda que o governo brasileiro "está avaliando as alternativas" para barrar a participação de Lobo na Cúpula Euro-Latino-Americana, que será realizada em Madri no dia 18 de maio.

Segundo ele, durante a reunião da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) nesta terça-feira, na Argentina, Lula também pretende alertar os colegas quanto ao "perigo de precipitação indevida" da aceitação do retorno de Honduras à OEA (Organização dos Estados Americanos).

Na semana passada, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, manifestou apoio à reintegração de Honduras. O país foi suspenso da organização em 2009, após o golpe contra Zelaya.

Kirchner

O principal tema da reunião da Unasul, porém, deve ser a eleição do ex-presidente argentino Néstor Kirchner como primeiro secretário-geral do órgão. Único postulante ao cargo, Kirchner deve ser eleito após o fim do impasse envolvendo Argentina e Uruguai em torno da instalação de uma fábrica de celulose na divisa entre os dois países.

Segundo Baumbach, o presidente Lula espera que a eleição de Kirchner "possa marcar nova etapa no processo de consolidação da Unasul, que atravessa momento de indefinição de sua arquitetura institucional."

O principal papel de Kirchner à frente da organização será "impulsionar o processo de integração sul-americana." O mandato do secretário-geral é de dois anos, com possibilidade de uma reeleição. Depois deste período, o comando da Unasul terá que ser exercido por representante de outro país da região.






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