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Terça - 04 de Maio de 2010 às 03:38
Por: Carol Holland

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Geraldo Tavares/DC
Manifestantes fazem protesto em frente ao Fórum da Capital. Tramites serão prejudicados com mais atraso
Manifestantes fazem protesto em frente ao Fórum da Capital. Tramites serão prejudicados com mais atraso

Servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso entraram em greve ontem por tempo indeterminado. Reunidos em frente ao Fórum de Cuiabá, eles reivindicam o pagamento do passivo da URV, auxílio-alimentação de R$ 500 por mês e a implantação da resolução 48 do Conselho Nacional de Justiça, que dispõe da exigência de curso superior para o cargo de oficial de justiça. O Estado tem cerca de 5 mil servidores, distribuídos em 83 comarcas.

Em entrevista coletiva na tarde de ontem, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Silvério Gomes, disse que foi surpreendido com a greve. “Fui pego de surpresa. Confesso que não entendi os motivos da paralisação”, declarou. Segundo ele, todas as reivindicações estão sendo avaliadas e que o prazo para atendê-las ainda não terminou.

Sobre o passivo do URV, o desembargador informou que o TJ aprovou resolução que disciplina o pagamento de alguns créditos que estão pendentes, incluindo os passivos, mas ainda é necessário definir a fonte dos recursos. Além disso, segundo ele, a demora é causada pela ausência de um valor exato a ser pago. “Ainda estamos fazendo um estudo para saber quanto cada servidor deve receber e isso demanda tempo”, justificou. Silvério disse que cálculo preliminar indica que seriam necessários pelo menos R$ 200 milhões para pagar a dívida.

Em relação à Resolução nº48 do CNJ, que determina que o cargo de oficial de justiça seja preenchido por pessoas portadoras de diploma de curso superior, preferencialmente na área do direito, o desembargador José Silvério afirmou que o prazo para cumprimento da resolução ainda não terminou, mas confirmou que a determinação será cumprida. “É uma determinação do Conselho e vamos nos adequar a ela, mas isso também demanda tempo”.

Quanto à aprovação do auxílio-alimentação, o presidente do TJ disse que a administração do órgão estuda uma forma de aprovar a reivindicação, mas que os recursos não poderão vir do Fundo de Apoio ao Judiciário (Funajuris), como querem os servidores grevistas. “Nós entendemos que o fundo não é para esse fim”, justifica.

Para o presidente do Sindicato dos Servidores do Judiciário, Rosenwal Rodrigues dos Santos, a categoria não pode esperar mais pelo repasse da URV. “Esse cálculo ao qual o desembargador se refere já foi feito na gestão anterior do TJ, sob o comando do desembargador Paulo Lessa. Não há razões para não pagar os passivos”, disse.

No que se refere à resolução 48 do Conselho Nacional de Justiça, Santos disse que o prazo já está expirado, pois deve ser contado a partir da data de publicação da resolução no Diário da União (15 de janeiro) e, dessa forma, teria terminado em 15 de abril.

Quanto ao auxílio-alimentação, Santos defende que o recurso seja da Funajuris, porque o fundo “pode ser utilizado para pagar verbas de custeio e o auxílio-alimentação se encaixa nesse padrão”. Segundo ele, o CNJ autoriza a prática.

A paralisação dos servidores do Judiciário é a segunda em menos de seis meses e deve causar atrasos na tramitação dos processos e prejudicar audiências. As comarcas estão funcionando com um analista e um oficial de justiça de plantão.






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