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Brasil Eleições 2012
Domingo - 02 de Maio de 2010 às 08:52
Por: Vera Rosa

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Dividido e conflagrado, o PT de Minas promove hoje uma prévia inusitada, a contragosto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na teoria, a consulta aos filiados vai definir o candidato do partido ao governo mineiro, mas, na prática, o escolhido deverá concorrer ao Senado e o perdedor, indicar o vice da chapa.

 

Preocupado em garantir apoio e tempo de TV para Dilma Rousseff na campanha à Presidência, Lula prometeu ao PMDB que vai resolver "de qualquer maneira" a queda de braço em Minas para que o PT avalize a candidatura do senador Hélio Costa à sucessão do tucano Aécio Neves - hoje, o governador em exercício é Antonio Anastasia (PSDB), que disputa o direito de continuar no cargo.

Para o Planalto, vale tudo para selar a aliança com o PMDB, mesmo que seja necessária a intervenção do Diretório Nacional petista, enquadrando a seção estadual do partido. Não sem motivo: o desfecho da briga em Minas terá impacto direto sobre o palanque de Dilma no segundo colégio eleitoral do País, onde o adversário José Serra (PSDB) está em posição mais vantajosa.

Dois homens da confiança de Lula vão se enfrentar na prévia: Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte e um dos principais coordenadores da campanha de Dilma, e Patrus Ananias, ex-ministro do Desenvolvimento Social.

Lula disse ao Estado que Pimentel e Patrus entraram numa "enrascada". Em março, os dois se encontraram com o presidente e prometeram empunhar a bandeira branca. Nada disso, porém, aconteceu. O resultado do confronto é imprevisível.

"A base do partido será a grande fiadora do acordo em Minas Gerais", insistiu Patrus, que comandou o programa Bolsa-Família. "A palavra intervenção é traumática e estou convencido de que não haverá decisão de cima para baixo."

Dilma chegou a afirmar que não considerava democrático o enquadramento das seções estaduais porque, muitas vezes, a realidade local se impõe.Foi orientada pela cúpula do PT, no entanto, a não fazer esse tipo de comentário para não espichar a polêmica.

Apesar de observar que a candidatura de Dilma "é a grande prioridade", Patrus usou a habilidade mineira para pôr panos quentes na ameaça de intervenção. "Essa oposição entre o projeto nacional e o estadual não pode existir. Dicotomias nunca são boas", argumentou. Para Pimentel, o importante é que o vencedor da prévia estará na chapa majoritária. "Com o resultado, vamos iniciar o processo de negociação", disse o homem forte da campanha de Dilma. "Em última instância, quem baterá o martelo será a direção nacional."

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, também não usa o termo intervenção, embora seja disso que se trata, caso Patrus e Pimentel não cheguem a acordo com Costa. Para evitar que decisões regionais ameaçassem a aliança com o PMDB, o 4.º Congresso do PT aprovou resolução, em fevereiro, segundo a qual a última palavra sobre as coligações cabe ao Diretório Nacional.

"Essa situação em Minas é esquizofrênica", resumiu o deputado João Paulo Cunha (PT-SP).

Empenhada em impedir que o embate em Minas vire caso de polícia, como na eleição que renovou a direção estadual do PT, em 2009, a cúpula do partido despachou "observadores" para Belo Horizonte.






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