Assembleia da CNBB discutirá Comunidades Eclesiais de Base
Tema prioritário da 48.ª Assembleia-Geral dos Bispos do Brasil, que começa terça-feira em Brasília, as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) se apresentam no plenário da reunião com uma questão básica e urgente: "Quem somos nós, qual é a nossa identidade?" Se a Igreja Católica mudou tanto nos últimos 45 anos, desde o encerramento do revolucionário Concílio Vaticano II, a participação dos cristãos na prática religiosa comprometida com a realidade do cotidiano também mudou.
As CEBs querem descobrir como fica seu novo rosto, na linha do Documento de Aparecida, texto da 5.ª Conferência-Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, de 2007, que atualizou as diretrizes das conferências de Medellín (1968), Puebla (1979) e Santo Domingo (1992).
"O que somos hoje?", pergunta o assessor do movimento na Arquidiocese de São Paulo, padre José Renato Ferreira, abrindo uma reflexão com coordenadores das CEBs que já se preparam para discutir e aplicar as orientações que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai traçar em Brasília. "Vamos refletir sobre a identidade das CEBs e a visibilidade desse grupo na pastoral urbana", anuncia Célia Aparecida Leme, representante arquidiocesana.
Liz Marques, da Comunidade Moisés Libertador, no Jardim Paraguaçu, zona leste da capital, informa que as CEBs levarão a Brasília uma lista de características para mostrar aos bispos o jeito de ser, de rezar e de agir dessas pequenas comunidades. Participação, solidariedade, luta pela Justiça, fidelidade a Jesus Cristo, celebração da palavra (Bíblia) e da eucaristia (missa) são os traços principais que, na linha da pastoral social e da Teologia da Libertação, definem o rosto das CEBs.
A assembleia-geral reservará duas sessões para debater as CEBs. A aprovação do tema prioritário foi apertadíssima. Ganhou por apenas 1 voto no Conselho Permanente da CNBB, de 39 membros. Além do tema central - Discípulos e servidores da Palavra de Deus e a missão da Igreja no mundo - , a assembleia discutirá dois itens de última hora: o Programa Nacional de Direitos Humanos e os escândalos de pedofilia no clero.
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