Jayme defende que o MPF investigue compra superfaturada
O Ministério Público Federal deve investigar as denúncias de superfaturamento relativas à compra de 705 máquinas pelo governo estadual com dinheiro proveniente de um financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O pedido foi encaminhado nesta quinta (29), pelo senador Jayme Campos (DEM), em discurso inflamado da tribuna do Senado. O escândalo continua repercutindo nacionalmente. A senadora Serys Marly também cobrou providências.
No Congresso, o pedido de investigação de Jayme recebeu o apoio dos senadores Augusto Botelho (PT-RR), Romeu Tuma (PTB-SP) e Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC). "Olha a que ponto chegou: a empresa dizendo que tinha que superfaturar para poder pagar a propina", criticou o Jayme. Para ele, trata-se de "um escândalo de proporções colossais".
O senador ressaltou o fato do Ministério Público Estadual, juntamente com a auditoria feita pelo Estado, ter apontado a existência de um sobrepreço de R$ 26 milhões. Foram aplicados R$ 241 milhões na compra de 408 caminhões e quase 300 máquinas para recuperação e manutenção de estradas, entregues em solenidade “pomposa” pelo então governador Blairo Maggi (PR), pré-candidato ao Senado, aos prefeitos dos 141 municípios.
Jayme integra o grupo que apoia a pré-candidatura do ex-prefeito da Capital, Wilson Santos (PSDB), ao governo. Ele reforçou que os caminhões foram comprados a um preço médio de R$ 243 mil, enquanto veículos idênticos poderiam ser encontrados por R$ 188 mil a R$ 192 mil nas concessionárias de Cuiabá.
Ele aproveitou a oportunidade para criticar o secretário-chefe da Casa Civil, Eder Morais, devido ao fato dele ter assegurado que as vencedoras da licitação já foram notificadas e estão ressarcindo o erário. Cerca de R$ 6 milhões já foram recuperados. "Isso soou como uma carta de um réu confesso", criticou.
Jayme solicitou que o governador Silval Barbosa (PMDB) apresente um demonstrativo da aplicação do recurso devolvido. Além disso, pediu o afastamento imediato dos secretários estaduais de Infraestrutura e de Administração, Vilceu Marchetti e Geraldo De Vitto, respectivamente, responsáveis diretos pela licitação. Especula-se, nos bastidores, que os dois podem ser exonerados do cargo a qualquer momento. A Delegacia Fazendária já abriu um inquérito para investigar os indícios de crimes de fraude à licitação e peculado.
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