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Nacional
Sexta - 30 de Abril de 2010 às 08:17

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A 2ª Vara Cível de Nilópolis condenou uma loja que trabalha com implantes de cabelos a pagar uma indenização de R$ 12.400,70 por danos materiais e morais à técnica em nutrição Maria Aparecida Emiliano Lopes, 47 anos. A decisão foi devido à venda de 284 g de cabelos humanos loiros com lêndeas e piolhos.

Moradora de Nilópolis, Maria Aparecida processou a loja Cabelo"s.com, que funciona num pequeno box do pavimento térreo do Shopping Nilópolis Square, alegando que sofreu forte irritação com a infecção do couro cabeludo dois dias depois de ter feito a aplicação do cabelo. "Quando eu procurei a loja usando turbante para reclamar, a funcionária me deixou perplexa ao afirmar que nada podia fazer. Segundo ela, as lêndeas e os piolhos encontrados serviam para atestar a autenticidade dos cabelos humanos que eu havia adquirido", lembrou, ontem, indignada.

Na sentença, a juíza Vanessa Cavalieri disse que "há provas suficientes nos autos a demonstrarem a necessidade das afirmações da autora, em especial a mecha de cabelo contaminado" e as fotografias que Maria Aparecida anexou ao processo. Segundo a magistrada, a vítima "adquiriu para uso próprio cabelo humano para implante na cor loura, infestado com lêndeas e piolhos, o que lhe causou irritação no couro cabeludo e vermelhidão, culminando com o corte total dos cabelos, a fim de amenizar o mal estar ocasionado, causando-lhe sofrimento, dor e humilhação".

Maria Aparecida pagou R$ 770 pelas mechas, através de dois cartões de crédito e mais R$ 350 à cabeleireira que fez a aplicação. "Procurei a loja porque os meus cabelos estavam caindo muito, devido a uma série de medicamentos que eu usava para tratamento de problema na coluna. Como estava com a minha autoestima lá embaixo, meu filho me sugeriu que colasse aplique", contou. Cabe recurso da decisão.

A vítima disse que foi a sua cabeleireira quem descobriu as lêndeas e os piolhos no cabelo aplicado. "Era uma coceira insuportável, que deixou meu couro cabeludo em carne viva", disse.

Maria Aparecida contou que se sentiu enganada duas vezes, já que, em vez de lhe ressarcir, a loja apenas lhe forneceu uma peruca de cabelos pretos, sintéticos. "Tentei entrar em acordo com a dona da loja, mas ela sugeriu que eu me contentasse com a peruca e que assumisse as prestações dos cartões. Ou que recorresse à Justiça. Foi o que eu fiz", disse.

Procurada, a loja não quis comentar o assunto. "A gente decidiu que não quer falar", resumiu, ontem à noite, uma jovem que se identificou apenas como gerente da loja.






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