No ano passado as empresas já haviam sido condenadas a pagar R$ 10 mil, mas o advogado de Zeca recorreu do valor. “Na decisão, o desembargador afirmou ter verificado que a sentença anterior foi “acanhada, devendo ser fixada em atenção estrita aos princípios da razoabilidade”, que foi o que eu sustentei”, contou Sylvio Guerra, autor da ação.
A decisão foi do desembargador Roberto Guimarães, da 11ª Câmara Cível do Rio, já em segunda instância, e os réus, agora, se quiserem recorrer, deverão procurar o Superior Tribunal de Justiça. O processo conta que o pacote fechado por Zeca “incluía a parte aérea em voos fretados, hospedagem, traslados, passeios e outros serviços”, que ele pagou à vista para as sete pessoas da família. O documento diz ainda que o cantor afirmou que, durante o período, sua filha, de 4 anos, “chorava de fome, sede e frio”.
As outras versões
No processo, a agência de viagem alegou que providenciou “recepção especial de boas vindas e serviço particular de transporte para todos os passeios” e que “não mediu esforços para assegurar ao autor e seus familiares a máxima privacidade possível, instalando-os em um hotel de primeira categoria”.
Já a companhia aérea disse que foi obrigada a substituir uma das aeronaves que costuma voar para Bariloche por causa das “constantes erupções do vulcão Chaitén, que propagaram na atmosfera suas cinzas à altitude de voo, o que poderia provocar graves problemas nas turbinas, o que comprometeria em muito a segurança dos voos”.
A empresa afirma ainda que, por isso, os passageiros foram acomodados em “um avião de menor capacidade de transporte, altitude e autonomia de voo”, e, por isso, teve que fazer escala para reabastecimento em Buenos Aires. Lá, “os passageiros permaneceram dentro do avião para evitar uma maior dispersão dos mesmos e demora para as operações de embarque e desembarque”.
Como foi o caso
O avião que trazia o cantor e dezenas de outros brasileiros partiu com quatro horas de atraso e deixou os passageiros esperando por quase duas horas durante a escala em Buenos Aires, sem que eles pudessem descer da aeronave.
Na época, o cantor contou que faltou água, os banheiros não tinham condição de uso e o avião apresentava sinais de deterioração, além de ser tripulado por pessoas que não falavam português e nem tentavam responder às perguntas dos brasileiros. Zeca explicou ainda que, em determinado momento, o avião passou a receber novas cargas para transporte e um passageiro começou a discutir com a aeromoça, dizendo que não tinha pagado para viajar em avião cargueiro. "Os banheiros entupiram, o avião entrou em pânico", resumiu o cantor.
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