Na segunda paralisação em menos de 6 meses, trabalhadores cobram cumprimento de acordo
Servidores do Judiciário iniciam greve na próxima segunda-feira
Mais uma vez os servidores do Poder Judiciário decretaram greve. A decisão, aprovada ontem, deve paralisar as atividades no Fórum de Cuiabá e de outras grandes cidades do interior do Estado, como Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop, a partir da próxima segunda-feira.
Três itens de uma extensa e antiga pauta de reivindicações em debate no Judiciário foram decisivas: auxílio alimentação, passivo da URV (Unidade Real de Valor) e o reenquadramento dos antigos oficiais de Justiça no organograma do TJ como servidor de nível superior em Direito.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores (Sinjusmat), Rosenwal Rodrigues dos Santos, havia um compromisso firmado entre a entidade e a direção do TJ que previa a votação e aprovação do pagamento de R$ 500 de auxílio-alimentação e da regulamentação da Resolução 48 do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que trata da situação dos oficiais de Justiça.
O Pleno do TJ, composto pelos desembargadores, deveria ter se reunido na última segunda-feira para votar essas e outras matérias, mas a sessão acabou sendo cancelada. O pagamento da URV, questão que se arrasta há mais de sete anos, também teria sido negociado pelos servidores, segundo Rosenwal Santos.
Conforme o presidente do Sinjusmat, os servidores ganharam na Justiça o direito de receber as perdas acumuladas a partir de 1994, com a criação do Plano Real, no período em que seus salários não foram corrigidos pela URV, mas o Tribunal ainda não quitou a dívida.
Santos explicou que há 10 dias, desde a terça-feira da semana passada, os servidores do Judiciário estão em assembleia permanente e em estado de greve, conforme documento informativo 3984/2010, protocolado no Tribunal.
Somente em Cuiabá, a greve pode paralisar mais de 800 servidores que atuam no Fórum e comprometer centenas de audiências, assim como atrasar, ainda mais, a tramitação dos processos. Santos disse que o sindicato não foi informado sobre as razões do cancelamento da sessão do Pleno.
Essa é a segunda paralisação da categoria em menos de seis meses. Na primeira, em novembro de 2009, até o acesso ao Fórum de Cuiabá foi interditado pelos servidores. Após negociação o movimento foi suspenso.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa do Tribunal em busca de uma posição a respeito do assunto, mas não recebeu retorno até o fechamento desta edição.
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