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Quinta - 29 de Abril de 2010 às 01:17
Por: Joanice de Deus/Renê Dióz

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Geraldo Tavares/DC
Moradores do Ubirajara fecharam via, para exigir quebra-molas. Mãe da vítima e filha que ficou paraplégica
Moradores do Ubirajara fecharam via, para exigir quebra-molas. Mãe da vítima e filha que ficou paraplégica

A violência do trânsito marcou ontem pela segunda vez uma família do bairro Jardim Ubirajara, em Cuiabá. Aos oito anos, Viviane de Lima Merinciano morreu após ser atropelada por uma caminhonete S-10, quando tentava atravessar a rodovia Helder Cândia, que liga a Capital ao Distrito da Guia, uma das regiões que mais crescem na cidade. Outro garoto da mesma idade também se feriu no acidente.

Há oito anos, a família de Viviane vivia drama semelhante. O atropelamento de ontem aconteceu no início da tarde. Ela e outros colegas iam para Escola Maria Lucila da Silva Barros, que fica do lado direito da pista (sentido bairro/distrito), quando a caminhonete, conduzida por Leonil Sinfroni Montevechi, atingiu a menina.

“Não me deixaram ver, mas minha filha foi jogada a 24 metros de distância do local do acidente, caiu numa grota”, contou emocionada a mãe de Viviane, Anésia Neiva de Lima Merenciano, 47 anos, que foi avisada por vizinhos.

Religiosa, Anésia tentava se apegar a Deus para superar a dor da perda da filha. “A Viviane era a alegria da gente, muito inteligente e gostava de estudar. Era uma boa aluna”, destacou.

Mãe de oito filhos, três deles adotivos, Anésia por pouco não perdeu, em 2002, a filha Tânia Merinciano, hoje com 16 anos. Tânia também foi atropelada quando tentava atravessar a mesma rodovia. “Minha filha quase morreu. Ela ficou dois dias na UTI (unidade de tratamento intensivo)”, lembrou.

Tânia teve mais sorte, mas ficou paraplégica. Na época, Anésia estava grávida de cinco meses de Viviane. Na família, há outros relatos de acidente no mesmo local, com vítima fatal. “Meu esposo também é motorista e nunca bateu em um cachorro na rua”.

A caminhonete também pegou um dos pés de Gabriel Campos de Santana. Mas, segundo a sua avó, Maria da Conceição, 52 anos, o menino estava bem. “Ele só reclama de dor quando anda”, comentou. Ele seria levado ao médico por uma tia.

Familiares de Viviane, que preferiram não se identificar, contaram que Leonil Montevechi estava correndo e tentou fugir do local. “Pela distância que o corpo foi jogado ele só podia estar acima de 100 quilômetros por hora”, disseram.

Revoltados e indignados com os inúmeros acidentes que ocorrem no local, moradores interditaram a rodovia. Eles cobravam a construção de dois quebra-molas, o que começou a ser feito logo após o início do protesto.

“Só vamos sair daqui depois que os quebra-molas forem construídos. Não aguentamos mais ver nossas crianças sendo mortas. Motoristas passam por aqui em alta velocidade, não respeitam nada, muito menos nossas crianças”, reclamou a presidente do bairro, Jocineide da Costa Silva. Policiais militares orientaram os motoristas e controlaram o trânsito na região.

CONDUTOR – Montevechi foi preso em flagrante ontem por homicídio culposo, segundo a delegada Valéria Pimenta, do Cisc Verdão. Foi a Polícia Militar quem o levou para lá porque a multidão presente no local do acidente – cerca de 50, segundo um militar - tentava linchá-lo. Conforme o advogado do condutor, Fabius Andrade, ele estava indo a trabalho para Tangará da Serra. Ele defendeu que não há como aferir se o cliente estava em alta velocidade e que ele tentou dar socorro à vitima, mas uma promotora que passava pelo local teria tomado seu celular enquanto tentava ligar para o Samu. Ainda na noite de ontem a promotora e o condutor não haviam sido ouvidos pela delegada, apenas um militar que esteve no local.






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