Bancada republicana na Câmara Municipal sinaliza apoio ao pré-candidato do PSB
PR de Várzea Grande pode trocar Silval por Mendes
Silval pode perder apoio do PR de VG, que sinalizam para candidatura de Mendes
O diretório do Partido da República (PR) de Várzea Grande estuda a possibilidade de apoiar a pré-candidatura do empresário Mauro Mendes (PSB) ao Governo do Estado. Com isso, deixaria de respaldar o projeto da direção estadual, de apoiar o governador Silval Barbosa (PMDB), cuja candidatura à reeleição é defendida pelo ex-governador Blairo Maggi, principal liderança republicana em Mato Grosso.
O vice-presidente do diretório municipal, Charles Caetano, disse que, até o momento, não há definição alguma, porém, destacou que os parlamentares várzea-grandenses do PR estão mais identificados com o projeto do movimento Mato Grosso Muito Mais.
"Antes de o Mauro Mendes filiar-se ao PSB, ele pertencia aos quadros do PR e é inegável que a nossa afinidade é muito maior do que o Silval Barbosa. Mas, até aqui, tudo não passa de uma conversa interna", assegurou o dirigente partidário.
Em Várzea Grande, a bancada do PR é composta por cinco vereadores: Antônio Cardoso, Domingos Sávio, Wanderley Cerqueira e Wilton Coelho, o "Wiltinho". O último decidiu assumir a Secretaria de Educação, cedendo a vaga ao suplente Charles Caetano.
Um dos motivos que levariam republicanos a apoiar a candidatura de Mauro Mendes é a ausência de um candidato próprio do PR, que, embora seja a maior legenda do Estado, decidiu apostar em Silval Barbosa, manifestando apoio desde 2009.
"O partido não tem projeto próprio para disputar o Governo do Estado. Por isso, o fato do Mauro Mendes ter trocado o PR pelo PSB não impede nossa manifestação de apoio. A decisão de apoiar Silval Barbosa foi liderada pelo diretório estadual, que, até o momento, não comunicou aos municípios", argumentou Charles Caetano.
Mesmo sem confirmar apoio ao pré-candidato socialista, Caetano garantiu que haverá uma decisão em conjunto dos vereadores. "Não vai ter divisão interna em Várzea Grande. Se decidirmos caminhar para um lado, todos irão acompanhar", disse.
A iniciativa dos vereadores gera incômodo ao grupo político de Silval Barbosa, que considera imprescindível o apoio do PR para reunir chances de vitória nas eleições de outubro. Antes aliado de primeira hora, parte do PT defende apoio a Mendes, por meio de uma ala liderada pela senadora Serys Slhessarenko.
Mendes nega interferência
Pré-candidato ao Governo do Estado pela coligação Mato Grosso Muito Mais, o empresário Mauro Mendes (PSB) negou qualquer interferência nos partidos que compõem a aliança de seus adversários.
"Fiquei até surpreso com essa informação. Não me reuni com os vereadores várzea-grandenses, o que demonstra que o nosso projeto consegue reunir boas propostas e, por isso, recebe adesão espontânea", afirmou.
Mendes observou que, nas viagens feitas aos municípios do interior, militantes de legendas que manifestaram indicativo de apoio a outros pré-candidatos estão simpático às propostas.
"Vereadores do DEM e PP que eu não conhecia pessoalmente compareciam nos palanques para manifestar apoio à minha candidatura. Não vejo problema em recebê-los. Pelo contrário, são pessoas eleitos pelo voto popular que representam segmentos da sociedade, que têm consciência sobre o funcionamento da política e acredita em nosso projeto", comentou.
O que chama a atenção são as dissidências internas das principais legendas envolvidas no processo sucessório e que estão se inclinando a favor de Mauro Mendes. A ala da senadora Serys Slhessarenko pretende apoiá-lo, mesmo que na convenção seja firmado o acordo com o PMDB.
Os democratas resistentes à aliança com o antigo adversário, o PSDB, pretendem apoiar Mendes. Um dos exemplos é o grupo político do ex-prefeito de Primavera do Leste, Érico Piana.
Wellington cobra posição
O presidente do diretório estadual do PR, deputado federal Wellington Fagundes, considerou "natural" a decisão de vereadores do partido em Várzea Grande em manifestar apoio ao empresário Mauro Mendes.
"Ainda não convencionamos a decisão partidária. Portanto, não há impedimento para que a nossa militância dialogue a respeito de quem considera ser o melhor candidato".
Mesmo pregando cautela e respeito à vontade dos filiados, o parlamentar alertou para a obediência à Justiça Eleitoral, que entende que o mandato pertence ao partido.
"A partir do momento em que será feita uma coligação, nossos filiados deverão seguir conosco. Ao contrário, estarão submetidos a punições, conforme estabelece om estatuto partidário e a legislação eleitoral", afirmou.
Questionado se não teme um "efeito cascata", ou seja, que mais diretórios municipais venham a manifestar apoio a Mauro Mendes, por conta de suas ligações com o PR e com o ex- governador Blairo Maggi, Fagundes garantiu que o partido não está se preparando para administrar este eventual cenário, justificando que as prioridades são outras.
"Estamos preocupados em discutir a formação das chapas proporcionais. Não há, neste momento, nenhuma candidatura definida, o que impede de fazer essa análise. Mas, é impossível controlarmos todos os nossos militantes", completou o deputado.
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