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Quarta - 28 de Abril de 2010 às 04:25
Por: Ana Rosa Fagundes

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Documentos foram apreendidos pela Polícia Federal durante a operação Hygeia
Documentos foram apreendidos pela Polícia Federal durante a operação Hygeia

O ex-coordenador da Funasa nos de 2006 e 2007, Evandro Vitório, um dos indiciados na operação Hygeia da Polícia Federal, afirma, em entrevista ao Diário, que nunca se beneficiou de esquemas ilícitos no órgão.

Ele alega que foi acusado no esquema tão-somente por ter ido trabalhar numa empresa – a Intertours - que tinha contrato com o órgão no qual trabalhava.

Pelas investigações da Polícia Federal, a Funasa celebrou contratos com a Intertours, carregados de fraudes tanto na execução quanto no processo licitatório. Segundo a PF, coincidentemente, Evandro é atualmente um dos administradores da Intertours e mantinha frequentes contatos com o servidor da Funasa, Washington Luis Melo dos Anjos, para tratar do fornecimento de passagens aéreas.

Evandro Vitório assegura que não é um dos donos da Intertours, como sugeriu a investigação da PF. Ele explica que quando saiu da Funasa ficou desempregado por um ano, até que Ana Beatriz Müller - administradora da Intertours – arrumou um emprego para ele no escritório da empresa em Brasília, inclusive com carteira assinada. Contudo, a saudade de casa, segundo ele, o fez voltar, tendo se desligado da Intertours em maio deste ano. Ele ainda explica que os contatos com o servidor Washington eram “automáticos e naturais”, já que a empresa fazia a emissão de passagens aéreas e terrestres para a empresa.

Ele foi alçado à coordenação da Funasa por indicação do deputado estadual Carlos Bezerra (PMDB).

Evandro Vitório foi uma das 12 pessoas que tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça no último dia 15, mas conseguiu um Habeas Corpus no Tribunal Regional Federal e está em liberdade desde o dia 18.

No despacho do Habeas Corpus, o desembargador federal Olindo Herculano de Menezes expõe que a prisão preventiva foi decretada baseada “somente em indícios de autoria, ou quiçá, falta de ética – indo trabalhar no órgão que mantivera contratos com a Funasa durante o seu tempo de coordenadoria”.

O ex-coordenador reclama da “imprudência” da Polícia Federal em prender tanta gente sem provas concretas, o que pode prejudicar futuramente aqueles que não têm envolvimento no suposto esquema. “Agora estou desempregado e sem perspectiva. Mesmo quando isso tudo acabar, quem vai querer me contratar quando vir que meu nome está nesse turbilhão. Estou com minha reputação manchada, e quem eu vou ter que processar quando isso acabar? A imprensa? A União? É um prejuízo imensurável para o resto da minha vida”, lamentou.






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