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Agronegócios
Terça - 27 de Abril de 2010 às 09:57

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Já chega a 65% o índice de vendas à vista de gado de corte em Mato Grosso. Os dados são do último levantamento de abril feito pelo Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea). Este cenário é bem diferente do que tradicionalmente ocorria em anos anteriores, quando a indústria frigorifica comandava as negociações e cerca de 90% dos pagamentos eram realizados a prazo. “Há muito tempo as indústrias frigoríficas vinham comprando bois, sempre pagando o produtor com 30 dias de prazo. Este modelo de comercialização ficou tão natural, que passou a fazer parte da rotina do pecuarista que durante anos se esqueceu da possibilidade de se vender boi de outra maneira”, disse o coordenador de pecuária da Famato, Carlos Augusto Zanata.

A mudança neste perfil e quebra de paradigma se deve à campanha “Gado só à vista” iniciada em junho de 2009, pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) juntamente com outras entidades de classe no Centro Oeste. No momento as indústrias passavam por sérias dificuldades econômicas, o que refletiu diretamente no pagamento aos pecuaristas. “A campanha trouxe mais segurança ao produtor, que se via prejudicado pela crise e o medo de novos problemas, mas foram esses fatores que levou a classe produtora a se organizar e juntos, mudarem o modelo de comercialização, iniciando assim as vendas só a vista”, disse o presidente da Famato, Rui Prado.

Em MT tem aproximadamente 27 milhões de cabeças. No primeiro trimestre de 2010, por exemplo, o volume de carne bovina exportado por Mato Grosso foi de 47.237 mil toneladas (equivalente carcaça), havendo uma queda de 1,19% em relação ao último trimestre do ano passado. Apesar da queda do trimestre, no mês de março o estado enviou para o exterior 17.774 toneladas, um aumento de 21,93%, em relação ao mês anterior. Deste modo, as embarques deste início de ano se mantêm acima da média do ano passado (46.415 toneladas) e 34,81% acima do primeiro trimestre de 2009.

De acordo com Zanata, com os casos de inadimplência deixaram de circular no Estado cerca de R$ 140 milhões, que provavelmente seriam aplicados em investimentos no setor. 

A mudança de atitude não se limitará somente a carne, os produtos oriundos de toda cadeia pecuária como o leite, também deverão seguir na mesma linha de negociação. “O exemplo está lançado e o resultado concretizado. Que outros modelos de comercialização possam também ser analisados e mudados se for para a melhoria da cadeia produtiva e da atividade rural”, finalizou Prado.






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