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Internacional
Segunda - 26 de Abril de 2010 às 23:07

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Trabalhadores do setor ferroviário de Portugal iniciaram nesta segunda-feira uma greve de transportes contra as medidas adotadas pelo governo para combater o deficit no orçamento do país.

A greve do setor, convocada pelas duas centrais sindicais portuguesas --a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT)-- deve durar até quarta-feira e ameaça paralisar o país.

Segundo o dirigente da CGTP Amável Alves, nesta terça-feira mais de 170 empresas de transportes devem parar, com exceção dos metrôs da capital, Lisboa, e do Porto, e da companhia aérea TAP. De acordo com o "Jornal de Notícias", cerca de 1,5 milhão de pessoas serão afetadas.

"Estamos sofrendo o congelamento salarial ou aumentos abaixo da inflação há 10 anos. Agora, por causa do Programa de Estabilidade e Crescimento, vamos ficar sem aumentos até 2013", afirmou Alves.

Ele afirma ainda que, nesse primeiro dia de greve, funcionaram apenas os os serviços mínimos exigidos por lei --um a cada cinco trens de subúrbio.

Nesta terça-feira, além do setor de transportes, estão marcadas greves dos trabalhadores dos correios, em protesto contra a diminuição da remuneração por perda de adicionais, e de funcionários da Assembleia da República, que devem afetar o Parlamento.

Crise

O crescimento dos movimentos sociais acontece numa situação de crise: pela primeira vez na história do país, o número de desempregados chegou aos dois dígitos, atingindo 10,4%.

O crescimento econômico previsto para 2010 pelo Banco Central caiu de 0,8% para 0,7%, enquanto o FMI (Fundo Monetário Internacional) estima uma taxa ainda mais baixa de 0,3%.

Segundo os dados do governo português, o deficit público atingiu 9,4% no ano passado e este ano deverá chegar a 8,3% --uma previsão considerada otimista. O acordo para a moeda única previa um máximo de 3% de deficit.

A dívida pública atingiu 80% do PIB (Produto Interno Bruto) e o país encontra cada vez mais dificuldades para obter financiamento, tendo que pagar taxas de juro cada vez mais altas.






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