Famato vai implantar programa de leite
Já consolidado na produção de soja, milho, algodão e carne o setor agropecuário mato-grossense também quer o fortalecimento de outros segmentos, entre eles o da pecuária de leite. Para fomentar a cadeia leiteira, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato (Famato) está trabalhando na implantação do Programa Alimento Seguro (PAS), criado em âmbito nacional com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e executado por meio de parcerias nos estados.
O objetivo, segundo o presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Famato, Alessandro Casado, é mostrar que os pecuaristas do Estado fazem um trabalho sério em suas propriedades, seja com investimentos na qualidade do plantel, seja na melhoria das instalações de suas fazendas para a produção leiteira. Casado participou de uma reunião com representantes estaduais na Comissão Nacional da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O Pas contemplou em uma primeira etapa os setores de produtos de origem vegetal. O leite é o primeiro produto de origem animal a ser trabalhado. As ações envolvem todos os segmentos da cadeia produtiva, incluindo produção, industrialização, processamento, distribuição e armazenamento. Segundo Casado, o projeto-piloto terá início nos próximos dias nos estados maiores produtores de leite, entre eles Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná.
Mato Grosso é o décimo colocado no ranking nacional com 1,7 milhões de litros de leite/dia, com isso deverá ser inserido na segunda etapa do programa, no ano que vem. "Estas ações de incentivo ao setor sem dúvida proporcionarão maior qualidade no leite e aos produtos derivados, assim o produtor poderá ter maior poder de negociação e por consequência mais rentabilidade".
Mesmo em expansão, o mercado leiteiro tem preocupado os produtores brasileiros que nos últimos meses estão se deparando com o aumento da importação do produto. De acordo com Casado, só no primeiro trimestre de 2010 o país já importou mais de 10 mil toneladas de leite em pó oriundos da Argentina, Uruguai e mais recentemente do Chile, o que força o preço pago ao produtor, no mercado interno, para baixo. O que faz com que o produtor fique de mãos atadas para manter uma boa qualidade.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) recomenda a cada pessoa que consuma, no mínimo, 200 kg de lácteos por ano. Na região sudeste do Brasil, esse número chega a 110 kg por pessoa, porém no Estado de Mato Grosso, estima-se que o consumo atinja apenas 80 kg. Em contrapartida, o Estado fechou a safra 2009 com a produção de cerca de 2 milhões de litros de leite por dia, dos quais 70% são transformados em queijos, 20% em leite fluído e os 10% restantes leite em pó.
Comentários