Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Segunda - 26 de Abril de 2010 às 00:31
Por: Vívian Lessa

    Imprimir


Conferir as marcas de autenticidade contidas nas cédulas é uma das formas para reduzir incidência de fraudes
Conferir as marcas de autenticidade contidas nas cédulas é uma das formas para reduzir incidência de fraudes

A circulação de cédulas falsas, em todo do ano de 2009, gerou impacto negativo de cerca de R$ 203,638 mil no bolso dos comerciantes e consumidores de Mato Grosso. Segundo o Banco Central (BC), no ano passado foram apreendidas 5,154 mil notas falsas de todos os valores em território mato-grossense. As mais falsificadas foram as de R$ 50, com 3,141 mil cédulas, o que corresponde a 60,9% da quantidade total de notas falsificadas. O número total é 129,8% superior ao que foi apreendido em 2008, quando 2,242 mil cédulas foram recolhidas do mercado. É também 74,23% maior que a apreensão ocorrida em 2007, que tirou 2,958 mil cédulas falsas do comércio estadual.

Para o perito criminal e consultor na área de segurança bancária, Arnaldo Ferreira dos Santos, a circulação de notas falsas do mercado é inevitável. Ele considera ainda que no segundo semestre deste ano, quando o Banco Central lançará no mercado a nova "cara" da moeda brasileira, esse fator negativo pode aumentar ainda mais. Ele avalia que as falsificações circulam à medida que as originais são lançadas. "Assim como ocorreu quando lançaram a nota de R$ 20, os falsários aproveitaram o desconhecimento da população e introduziram no mercado cédulas de aparências grotescas". Essa constatação, segundo ele, pode se repetir com a chegada das novas cédulas.

Sobre os riscos para a população e ter o prejuízo sobre o próprio bolso, Santos explica que, para isso, são divulgados elementos de segurança que impedem o consumidor de ser lesado. Porém, ele ressalta que essas características, para as novas cédulas, ainda não foram reveladas pelo Banco Central. "Esse cuidado é para evitar que os falsários entrem em ação antes mesmo da nota estar oficialmente no mercado". Conforme ele, o que se sabe é a personalização de cada cédula, que terá tamanho diferenciado de acordo com o valor.

Novas cédulas - O objetivo para o lançamento das novas cédulas do Real é tornar o dinheiro brasileiro ainda mais seguro, agregando às notas as mais modernas tecnologias de produção. De acordo com o Banco Central e a Casa da Moeda, no primeiro momento, as modificações serão introduzidas nas cédulas de R$ 100 e de R$ 50, que, por serem de maior valor, demandam maiores cuidados contra falsificações. A previsão é de que, em um prazo de 2 anos todas as cédulas novas estejam em circulação. Para atender a esta demanda, a Casa da Moeda fez um investimento de R$ 400 milhões na compra de novas máquinas, adquirindo duas linhas de produção de cédulas. O investimento visa garantir segurança ao dinheiro brasileiro e atender a uma demanda por parte dos deficientes visuais, que enfrentam dificuldades para distinguir as atuais cédulas.

Reconhecimento - É para não somar prejuízos na conta bancária que o perito criminal, Arnaldo Ferreira dos Santos, alerta para os elementos de segurança que cada cédula contém, como por exemplo, verificar a marca d"água das notas, a imagem latente, o fio de segurança, as microletras, as fibras coloridas e o registro coincidente. "Somente contra a luz é que a marca d"água é visível. Em uma nota falsa, é possível ver a imagem claramente". Outra característica é a identificação da imagem latente, em que em um quadrado no canto da nota, ao ser posto na altura dos olhos, é possível enxergar as letras "B" e "C". O especialista também alerta para a textura e coloração das notas. "Se passar a unha e sair a tinta, a cédula é falsa". Outra dica é verificar o número de série. "Quando for mais de uma, é preciso constatar se o número não é o mesmo".

Capacitação - No comércio de Cuiabá, a maioria dos lojistas estão preparados para não ser vítima de falsários. Mesmo assim, o superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Nelson Soares, diz que o impacto negativo deixado no comércio pela circulação de notas falsas atinge tanto o empresário quanto o consumidor. "Aceitar o dinheiro falso é contar com o prejuízo financeiro. Passar para frente, é considerado crime". Para não cair no "conto do vigário", Soares diz que as empresas precisam investir em capacitação de seus profissionais.

Essa é a mesma dica dada pelo especialista Arnaldo Ferreira dos Santos. Segundo ele, a melhor forma de não ter prejuízo é saber identificar as notas por meio do toque. O empresário Altair Magalhães, dono de uma rede de supermercados, também confirma. "A melhor forma para não ser lesado é saber reconhecer a nota falsa da verdadeira". Para isso, ele diz que os cursos de capacitações são essenciais para os funcionários. "De 3 em 3 meses, ensinamos os contratados como reconhecer as falsificações".

Segundo ele, é raro passar cédulas falsas pelos caixas. "Quando acontece, encaminhamos direto para o Banco Central e ficamos apenas com o prejuízo". A consumidora Maria Silva (nome fictício), conta que já foi vítima da falsificação de notas. Ela diz que, quando trabalhou em um estabelecimento comercial deixou passar uma cédula falsa e teve que pagar (literalmente) pelo descuido. Precavida, Maria diz que não caiu no erro novamente. "Aprendi a identificar a nota falsa. E quando algum consumidor tentava passar com uma cédula pelo caixa, ele era alertado".

Demais falsificações - Além de cédulas falsas, os comerciantes também são vítimas de cheques roubados, documentos adulterados e cartões clonados. Por causa disso, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL) alerta que é possível, por meio do SPC/CDL, detectar um cheque roubado. O superintendente da entidade, Nelson Soares, diz que as pessoas que tiveram cheques extraviados ou roubados, devem fazer boletim de ocorrência e também registrar os cheques no SOS Documentos, visando alimentar o banco de dados contra golpistas que usam indevidamente este material.

Conforme a entidade, a simples falsificação da carteira de identidade é responsável por 72% dos golpes aplicados no comércio e bancos. Para isso, é possível avaliar o alto relevo da foto; falta das perfurações com as iniciais do órgão e do Estado emissor sobre a parte de baixo da foto; data de nascimento que indique muita diferença de idade entre o registrado e a aparência da pessoa que a apresenta o documento são algumas falhas que podem denotar falsificação. No caso dos cheques, é preciso observar as linhas. Nas folhas verdadeiras elas não são interrompidas pelas outras linhas onde o emissor colocará a descrição de valores, data, etc. E ainda verificar se a numeração do cheque está repetida na tarja magnética.





Fonte: A Gazeta

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/134946/visualizar/