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Internacional
Sexta - 23 de Abril de 2010 às 21:54

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Um ano depois da epidemia de gripe suína, o México calcula que as perdas econômicas podem ultrapassar os US$ 2 bilhões e até chegar aos US$ 4 bilhões.

Veja vídeo.

O México foi o primeiro país a informar a existência do vírus causador da gripe, o H1N1, um anúncio que colocou em alerta governos e população no resto do mundo. E, com este anúncio, o México declarou também emergência nacional, a primeira na história recente do país.

Desde então a gripe já causou a morte de 1.200 pessoas apenas no México. O contágio comprovado naquele país atingiu 74 mil pessoas, de acordo com dados oficiais.

O governo tomou medidas para tentar conter a doença suspendendo aulas em todo o país, atividades públicas e de comércio nas principais cidades. E os locais turísticos ficaram paralisados em todo o país.

Depois de um ano do início da epidemia, várias autoridades reconhecem que algumas medidas foram erradas, como promover o uso de máscaras para evitar o contágio", disse à BBC Armando Ahued, secretário de Saúde do governo do Distrito Federal na Cidade do México.

Uma das famílias atingidas foi a família Zaragoza Reyes que, no início de maio de 2009 recebeu a ordem de queimar cobertores, utensílios de cozinha, roupas e comidas, pois as autoridades sanitárias afirmaram que estes objetos estavam infectados pelo vírus H1N1.

Durante 40 dias os 36 integrantes da família permaneceram dentro de suas casas na Cidade do México. Sobreviveram com alimentos que os vizinhos deixavam na porta da casa.

A nova gripe atacava principalmente jovens adultos e a família Zaragoza Reyes foi um exemplo. Dois de seus membros, Viviana, de 23 anos, e Pedro, de 22, morreram devido à doença que começou como uma gripe e ficou muito grave em poucos dias.

"Foi tudo muito rápido, em uma manhã Viviana estava bem, à noite já estava morta", disse à BBC o irmão de Viviana, Mariano Zaragoza.

Mais problemas

As autoridade mexicanas esperavam uma epidemia de doenças respiratórias desde 2005, principalmente depois do avanço dos casos de gripe aviária, como afirmou à BBC Francisco Navarro, diretor do Hospital Geral do México, um dos maiores do país.

Havia um plano de contingência epidemiológica, mas a gripe suína pegou todos de surpresa, pois Navarro reconhece que este vírus não era o esperado.

"Havia muita incerteza, eu mesmo não sabia o que estava acontecendo, principalmente ao ver tantos jovens morrendo", afirmou.

Além de hospitais cheios no país todo, também ocorreram dificuldades para abastecer os hospitais públicos com o medicamento antiviral Osealtamivir.

A família Zaragoza Reyes, por exemplo, procurou o remédio durante vários dias pela internet até que finalmente conseguiu encontrar, em Acapulco, a 500 quilômetros da Cidade do México.

Mas, apesar dos problemas, especialistas garantem que o país aprendeu lições com a epidemia.

"Uma lição (que aprendemos) é que, pela primeira vez, devemos discutir estes assuntos no nível global", afirmou à BBC Mario Fuentes, diretor do Centro de Estudos e Investigação em Desenvolvimento e Assistência Social (CEIDAS).






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