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Sexta - 23 de Abril de 2010 às 10:27
Por: Rafael Costa

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Uma denúncia com assinatura falsificada do advogado Vilson Nery, integrante do MCCE (Movimento Cívico de Combate à Corrupção Eleitoral), fornecendo indícios de irregularidades feitas por nove desembargadores, um juiz e uma servidora do Tribunal de Justiça (TJ/MT), foi encaminhada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no dia 11 de março e promete virar caso de polícia. A Polícia Federal já foi acionada e deverá abrir inquérito, na tentativa de descobrir o responsável pela fraude.

O episódio contribui para revelar o clima de guerra na relação dos magistrados, agravada ainda mais com a decisão do CNJ, que, em 23 de fevereiro, decidiu afastar três desembargadores e sete juízes com aposentadoria compulsória.

Todos são acusados de receber créditos indevidamente para socorrer uma cooperativa de crédito ligada a uma entidade maçônica. O desfalque aos cofres públicos gerou danos de mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos.

A falsa denúncia dava conta de que o desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha teria aceitado nomear uma companheira de longa data do desembargador Orlando Perri em seu gabinete. Trata-se de Eliane Moreira da Cunha, que teria sido indicada para ocupar a função de assessora jurídica. O texto afirma que o ato teria tido a conivência do presidente do TJ da época, Paulo Lessa, embora contrariasse a Resolução 7, do CNJ, que proíbe o nepotismo.

Revelou, ainda, que os magistrados João Ferreira Lima, Jurandir de Lima (afastado pelo CNJ por nepotismo), Antônio Bittar Filho, Manoel Ornelas de Almeida, José Silvério Gomes, Leônidas Duarte Monteiro e Jurandir Vastilho teriam recebido valores de créditos superiores aos dos aposentados, supostamente fruto de privilégios conquistados na gestão do ex-desembargador José Ferreira Leite, presidente do TJ no biênio 2003/2005.

A suspeita é que a falsificação tenha sido feita por "especialistas", uma vez que a petição encaminhada tem o mesmo formato das que são usadas pelo MCCE.

O conteúdo foi protocolado pessoalmente na sede do CNJ, em Brasília, por uma pessoa que se passou pelo advogado Vilson Nery. As imagens do circuito interno de TV serão analisadas para contribuir na investigação.

Vilson garantiu que não assinou o documento e pretende comunicar o CNJ a respeito do episódio e adiantou que vai solicitar a abertura de inquérito à Polícia Federal.

"Estão usando meu nome indevidamente e de maneira criminosa para que o MCCE caia no descrédito, além de tentar prejudicar as pessoas que estão sendo acusadas falsamente", disse o advogado, em entrevista ao MidiaNews.






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