Dilma cancela viagem ao Paraná por divergências na base aliada
Em meio a divergências da base aliada na montagem de palanque no Paraná, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, decidiu cancelar sua passagem pelo Estado que estava prevista para esta sexta-feira.
A visita da petista tinha sido marcada para a véspera da reunião do diretório estadual do PT que vai definir se o partido vai lançar ou não candidato próprio ao governo do Estado. Ao lançar seu blog na segunda-feira, a ex-ministra confirmou que estaria no Paraná.
Segundo o presidente do PT, José Eduardo Dutra, o cancelamento da viagem não tem relação com a disputa dos aliados no Estado. No Paraná, Dilma tinha encontros previstos na Federação das Indústrias do Paraná, com sindicalistas e lideranças evangélicas.
"Foi uma divergência de agenda. Achamos que não compensava o custo benefício de ir e voltar ao mesmo dia ao Paraná", disse.
A situação do palanque de Dilma no Paraná é delicada. Os petistas tinham sinalizado apoio a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo, mas as negociações foram suspensas. O PT resiste em liberar a ex-presidente estadual do partido Gleisi Hoffmann para ser vice na chapa de Dias.
Os comandos do PT e do PDT devem voltar a conversar na próxima semana. A expectativa é de que Dutra converse com o ministro Carlos Lupi (Trabalho), que é presidente licenciado do PDT.
O PT espera encontrar até o dia 15 de maio uma solução para os impasses regionais. A avaliação dos petistas é que só após a definição dos palanques estaduais é que a agenda ministra poderá deslanchar.
O número de palanques de apoio a Dilma é cerca de 40% maior que o de Serra, até porque a base de sustentação do presidente Lula conta com oito grandes e médios partidos (PT, PMDB, PR, PP, PTB, PSB, PC do B e PDT), e a oposição reunida em torno de Serra só tem três (PSDB, DEM e PPS).
Mas a vantagem numérica tem como contrapeso as disputas dentro da base aliada em torno das candidaturas governistas, com a consequente pressão exercida sobre a campanha nacional, alguns cobrando apoio exclusivo, outros exigindo tratamento isonômico.
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