Abicalil e Valtenir conversam sobre aliança

Os presidentes estaduais do PT e PSB, os deputados federais Carlos Abicalil e Valtenir Pereira se reuniram ontem, em Brasília, para discutir a aliança dos dois partidos em Mato Grosso.

A união implicaria no abandono do PT ao PMDB, que tem o governador Silval Barbosa candidato a reeleição, já que o PSB também tem projeto próprio ao governo, com o empresário Mauro Mendes.

A união, porém, só poderá se concretizar se o deputado federal Ciro Gomes (PSB) não for candidato a presidência da República e apoiar a candidatura da petista Dilma Rousseff à presidência do Brasil.

No dia 23 do mês passados os 250 delegados do partido definiram que o PT só vai se coligar na eleição majoritária com partidos que compõe a o arco de aliança de Dilma Rousseff. Nessa lista estão PSB e PMDB.

Abicalil, como presidente do partido, afirma que o diálogo é possível e, apesar de na trajetória recente o partido estar mais próximo do PMDB em Mato Grosso, fazendo parte do atual governo, as discussões serão feitas, tendo o PT até o dia 23 de maio para fazer definição.

Valtenir Pereira frisa que a possível coligação entre os petistas e os socialistas tem como foco principal a manutenção das vagas que hoje os partidos possuem no congresso: o PSB com uma de federal e o PT com uma no Senado e uma de deputado federal.

A situação de Valtenir não é fácil para a reeleição. O partido ou aliança precisa de um coeficiente eleitoral de no mínimo 200 mil votos para eleger o primeiro parlamentar. O PSB tem como parceiros até o momento o PPS e PDT, partidos que não tem nomes expressivos para somar votos na proporcional.

Ele admite que um dos principais problemas é alcançar o número de votos para garantir vagas ao PSB. “A aliança com o PT pode equalizar o grande problema que é conseguir coeficiente eleitoral para a eleição proporcional”, disse o deputado.

Além disso, Valtenir ressalta que o PSB tem o desafio de eleger pelo menos dois deputados estaduais. Hoje o partido só é representado pela deputada Vilma Moreira, que teve pouco mais de cinco mil votos, e só tomou posse porque titular da Vaga, Chico Galindo (PTB) saiu da Assembleia para ser vice-prefeito de Cuiabá, hoje prefeito da Capital.

Entretanto, além da indefinição de Ciro Gomes, a maior proximidade do PT com o PMDB, essa aliança discutida entre PT e PSB pode ter outro empecilho: o PPS. Nacionalmente o partido é um dos principais apoiadores do tucano José Serra, o que implicaria em mais um impasse para a aliança estadual.

Valtenir ressalta, porém, que aliança daria inicio uma nova história política em Mato Grosso, já que no Estado, apesar da aliança nacional, as duas agremiações nunca estiveram unidos em torno de uma candidatura própria ao governo.