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MT Eleições 2014
Quarta - 21 de Abril de 2010 às 00:00
Por: Hebert Almeida

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Sem foco, Abicalil ameaça e fica isolado, enquanto a senadora Serys é assediada
Sem foco, Abicalil ameaça e fica isolado, enquanto a senadora Serys é assediada

O atropelo pela candidatura ao Senado Federal está custando caro – e muitos cabelos dos poucos que restam – ao deputado federal Carlos Abicalil. Desde a vitória nas prévias, na qual o partido o escolheu por uma diferença mínima para ser o candidato ao cargo, o parlamentar federal se transformou numa peça nula na discussão da sucessão e enfrenta algo como uma espécie de  “isolamento”. Por outro lado, a senadora Serys Slhessarenko, derrotado na disputa, passou a ser assediada ao extremo por todas as correntes políticas. De Silval a Pedro Taques, passando por Antero de Barros e outros velhos adversários, todos questionam a vitimização da liderança de Serys dentro do PT.

Desfocados pela posição da senadora de acompanhar o grupo político no apoio a candidatura de Mauro Mendes, do PSB, ao Governo, Carlos  Abicalil e seus seguidores – os deputados Alexandre César, na verdade, suplente; e o titular da vaga, Saguas Moraes, que goza de licença após um longo período gerindo a Secretaria de Educação do Estado – têm se revezado nos ataques à senadora: ora com ameaças de expulsão, ora com ironias. O resultado é pior que o esperado.

O que mais se ouve da chamada “trinca de aço” do PT são alertas de que a insistência da senadora Serys em apoiar a pré-candidatura de Mendes  ao Governo pode levá-la a expulsão da legenda. "A legislação eleitoral entende que o mandato pertence ao partido. O correto é que a senadora Serys esteja conosco, e espero que assim seja" – disse o deputado estadual Ságuas Moraes, que, no projeto da direção do partido, será o sucessor de Abicalil na Câmara dos Deputados.

No circuito Brasília-Rio-Brasília, a senadora, tratou as ameaças com indiferença olímpica, mas não deixou de provocar:  “É uma ameaça que não tem consistência porque neste momento o PT está em processo de definição sobre quem vai apoiar, qual candidato a governador o PT apoiará.  Essas ameaças são falta de argumento, assim como faltaram argumento nas prévias. E revelam, na verdade, a forma como esse grupo costuma agir” – disse, através de sua assessoria.

Fontes do partido admitiram que desde o anúncio feito pela senadora de que estaria seguindo o seu “grupo de entorno” e conduzindo o PT a discutir a possibilidade de apoiar Mendes ao Governo fez aumentar em muito o assédio a senadora. Principal interessado, Mendes tem feito gestões junto a segmentos do PT, certo de que encontrar uma fórmula para  “furar” o cerco de Carlos Abicalil no Encontro de Delegados, marcado para o dia 23 de maio. O deputado federal contra o diretório petista, com maioria absoluta dos delegados.

Na assinatura do contrato para início das obras do novo Estádio Verdão para a Copa do Mundo de 2014 deveria ser de sorrisos para  todos os lados. Mas a preocupação política do governador Silval Barbosa era evidente e deu um tom diferenciado ao espetáculo. "A partir da hora que surgem setores no PT contrários ao nosso projeto, tenho a liberdade automática de conversar com novos partidos" – disse o governador, visivelmente insatisfeito com a situação.

Silval sabe que o PT vai estar na sua base aliada. Dia 23 de maio, no final do dia, é certo que Abicalil e seus aliados cheguem ao governador com a decisão debaixo do braço. Porém, a demora para “entregar” a encomenda é que virou o problema. O desgaste está contabilizado na fatura do dirigente petista, que se mostra pouco hábil, atacando a senadora, fustigando o seu grupo político com ameaças e inviabilizando as redes de entendimento – ou seja: Abicalil, Saguas e Alexandre conhecem o PT mas parece terem faltado a aula de política básica comuns aos novel na carreira.






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