Envio do gás natural é prorrogado pela 4ª vez
O secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia do Estado, Pedro Nadaf, confirmou ontem que a Pantanal Energia vai garantir até o dia 30 de maio, por meio de sua subsidiária GasOcidente, o transporte de gás natural à Companhia Mato-grossense de Gás, a MT Gás. O contrato em vigor se encerraria hoje, mas obteve a quarta prorrogação seguida. Desde janeiro, o abastecimento aos postos que revendem o gás na versão veicular e a planta da Sadia, em Várzea Grande, ocorre sem interrupção. Porém, como afirmou Nadaf, esta deverá a ser a última dilatação do acordo.
Apesar da certeza de que haverá gás natural pelos próximos quarenta dias, o secretário antecipa que dificilmente haverá nova extensão. Na próxima quinta-feira, haverá uma reunião na Petrobras, no Rio de Janeiro, onde a retomada do suprimento à usina térmica será tratada. A estratégia é tornar a planta cliente da estatal brasileira e assim ter seu suprimento tratado de maneira firme. Participarão o secretário, o diretor-presidente da Pantanal Energia, Fábio Garcia e diretores da Petrobras. “A estatal já se mostrou disponível, mas ainda falta o aval do governo boliviano, pois a Petrobras é cliente da Bolívia e precisa desta anuência para tornar legal o fornecimento”. A própria estatal já teria oficializado o pedido há dias, mas até ontem o país vizinho havia emitido qualquer resposta.
“Temos mais 40 dias pela frente e se não houverem avanços concretos a Pantanal Energia já avisou de que não tem mais interesse em custear o transporte”.
Em fevereiro, em visita ao Estado, o presidente da estatal boliviana de hidrocarbonetos, Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Carlos Villegas, disse que o abastecimento da térmica, via Petrobras, seria a solução mais rápida e eficaz para a reativação da planta, que está há mais de dois anos parada por falta de abastecimento contínuo de gás.
HISTÓRICO - O transporte do combustível está sendo possível após um entendimento entre Estado e a Pantanal, que em dezembro de 2009 deu origem a um contrato emergencial que vigoraria até 31 de janeiro passado. Como neste entendimento ficou estabelecido que durante o abastecimento de gás as autoridades estaduais buscariam soluções definitivas à crise do combustível e esta articulação priorizaria também a reativação da usina térmica.
O Estado buscou e conseguiu entendimento com o governo boliviano e obteve êxito ao firmar um contrato de compra e venda de gás por dez anos. Porém, Mato Grosso ainda vive a insegurança do insumo porque o transporte de gás da Bolívia até o Distrito Industrial de Cuiabá vinha sendo feito pela GasOcidente, mas interrompido em outubro do ano passado por força de uma decisão judicial arbitral contra a empresa. Sem poder trazer gás, o contrato entre Estado e Bolívia não estava sendo cumprido até o final do ano passado, já que sem a operação da usina, que demanda maior volume de gás, a GasOCidente teve seu custo de ‘frete’ majorado sem receber na mesma proporção.
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