Governo anuncia medidas do PAS da Saúde garantindo ativação de vários leitos hospitalares, com recursos de outras áreas
Plano de Ação vai atacar causas das filas na saúde
Acabar com as filas de espera em Mato Grosso, das consultas até as cirurgias mais complexas, é a expectativa do governo do Estado que lançou ontem o Plano de Ação da Saúde. Como não é mais possível aumentar o orçamento deste ano, o governador Silval Barbosa anunciou que, para a execução do programa, serão remanejados recursos de outras áreas para a Saúde.
Entre as diversas medidas apontadas no programa, as pessoas que aguardam por consultas, exames e cirurgias serão priorizadas. Segundo o secretário de Estado de Saúde, Kamil Fares, as ações estão voltadas para os problemas que geram as filas no Estado. “Não basta acabar com as filas de espera, pois elas vão aparecer novamente. Vamos atacar de forma coordenada sobre as suas causas”, declarou.
Segundo informações da CPI da Saúde da Assembleia Legislativa, cerca de 60 mil pessoas estão na fila de espera por exames e oito mil aguardam por cirurgias. Para o presidente da CPI, deputado Sérgio Ricardo, o plano de ação requer mais recursos para ser executado. “O orçamento da Saúde para o próximo ano deve ser aumentado”, sugeriu. O governador Silval Barbosa explicou que, em 2010, os recursos sairão de outras áreas. “Temos condições de realizar tudo o que foi proposto. O orçamento tem melhorado e nos permite fazer esses avanços”, afirmou.
Para acabar com as filas, o programa prevê a implantação do Hospital da Criança, do Hospital Metropolitano de Várzea Grande e do Centro de Referência da Mulher; a contratação de novos exames, como tomografias e ressonâncias; reestruturação do Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidade (Cermac); ampliação da Farmácia Popular do Brasil; aumento da contrapartida do governo às equipes de Programa de Saúde da Família (PSF); fortalecimento do Samu, dentre outros.
Segundo Kamil Fares, o prédio do antigo hospital das Clínicas, em Cuiabá, foi alugado para a instalação do Hospital Estadual da Criança. “Num prazo de 30 dias a reforma do local estará pronta”, garantiu. O hospital terá 80 leitos, com todas as especialidades pediátricas.
Já o Hospital Metropolitano terá 60 leitos. A meta é realizar 400 cirurgias por mês de média e alta complexidades, já que a unidade não terá pronto-atendimento. No Centro de Referência da Mulher, a ideia é oferecer, num mesmo local, todo o diagnóstico das doenças que atingem as mulheres. A ativação do Sistema Estadual de Transplantes é outra medida adotada. Segundo o secretário, transplantes de córnea, de rim e de medula óssea estão previstos para ocorrer ainda este mês.
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Arlan Azevedo, o plano de ação está muito bem elaborado, mas precisam ser definidas as estratégias para o funcionamento do programa. Para ele, a superlotação é um dos graves problemas da Saúde. Ontem, por exemplo, não havia nenhuma UTI disponível na Capital, de acordo com o médico. “Precisamos saber como serão feitos os convênios, as parcerias e a contratação de pessoal”.
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