CNA cria gabinete para monitorar as invasões do MST
A intenção da confederação é calcular os prejuízos para os donos das terras com as invasões. Na terça-feira passada, a entidade lançou a campanha "Vamos tirar o Brasil do vermelho -- invasão é crime". A confederação afirma que fará um boletim diário com informações sobre as invasões.
"São 25 anos do MST e 13 anos de "abril vermelho". O crime organizado está se instalando no campo sob o manto de um movimento social. Já alcançou a maioridade. Agora pode e deve responder na justiça por seus atos", afirma em nota a senadora Kátia Abreu (DEM-PI), presidente do CNA.
Nesta segunda-feira, integrantes do MST invadiram na sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em cinco Estados --São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Piauí e Paraíba. A sede nacional do instituto também foi invadida. Desde sábado, a sede do Incra em Pernambuco é ocupada pelo movimento.
"O governo não vem cumprindo os seus compromissos com a reforma agrária. Temos famílias acampadas há mais de cinco anos, vivendo em situação bastante difícil à beira de estradas", afirma José Batista de Oliveira, da coordenação nacional do MST, em nota.
O presidente do Incra, Rolf Hackbart, afirmou que as ocupações dos prédios do instituto por integrantes do MST em Brasília e mais seis Estados são "inaceitáveis". A presidência do Incra protocolou na tarde desta segunda-feira na Justiça Federal do Distrito Federal um pedido de reintegração de posse. O caso ainda não foi analisado.
Segundo o MST, o "abril vermelho" já teve manifestações em 19 Estados. O movimento afirma que já foram ocupadas 68 fazendas: em Pernambuco (25), Bahia (15), São Paulo (11), Paraíba (5), Sergipe (4), Alagoas (2), Ceará (2), Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul (uma em cada).
As invasões fazem parte da onda de ações do chamado "abril vermelho". O MST cobra, entre outros pontos, o assentamento de todas das famílias acampadas à espera de um lote de terra. O MST afirma ter 90 mil famílias atualmente debaixo de barracos de lona.
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