Ex-amante de Eiko, advogado Sebastião Prado é um dos principais suspeitos; material genético foi reexaminado em laboratório de MG
Caso Eiko: Laudo comprova autoria do crime, mas não será divulgado
O laudo pericial que comprova a autoria do assassinato da estudante Eiko Uemura, que foi jogada no Portão do Inferno, no Parque Nacional de Chapada, em abril de 2009, está nas mãos do delegado Márcio Pieroni, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que comanda as investigações.
O exame de DNA do material genético da jovem foi realizado em Minas Gerais, após ter sido "manipulado", segundo Pieroni, pelo de Laboratório de DNA Forense da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Em meados de janeiro deste ano, Pieroni recebeu o laudo emitido pelo laboratório de Alagoas, que examinou dentes de Eiko colhidos por ocasião da exumação do corpo, e os cabelos apreendidos no carro do ex-amante da jovem, o advogado Sebastião Carlos Araujo Prado.
A apreensão foi feita durante perícia no carro do advogado, realizada pela Polícia Federal do Acre, uma vez que o veículo se encontrava na capital, Rio Branco.
No entanto, Pieroni disse ter detectado um "erro", ao ver que no resultado da análise, tanto do dente quanto dos cabelos, havia dado XY (masculino), ao invés de XX (feminino). Em seguida, solicitou que o exame fosse desconsiderado e feita a realização de um novo procedimento.
Em entrevista ao MidiaNews, o delegado afirmou que o resultado não será divulgado, uma vez que o procedimento corre em segredo de Justiça. Pieroni destacou que o caso está prestes a ser solucionado, pois a autoria do crime e a motivação foram desvendadas.
Conforme o site havia antecipado com exclusividade, no dia 12 de janeiro passado, há três suspeitos do cometido o crime, entre eles o ex-amante da jovem, o advogado Sebastião Carlos Araújo Prado.
Entenda o caso
No início das investigações, a Polícia Civil acreditava em suicídio, mas, após exumação do corpo da jovem, ficou comprovado, por meio de perícias e laudos técnicos, que ela foi espancada, torturada e, na seqüência, brutalmente assassinada.
Depois, foi jogada no Portão do Inferno, a 40 km de Cuiabá, na região do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. O corpo de Eiko foi encontrado no dia 29 de abril de 2009.
Eiko foi assassinada pouco tempo depois de ser denunciada como "laranja" no suposto esquema criminoso no ramo de hortifrutigranjeiros, que seria liderado pelo tio, Júlio Uemura. Ele foi preso durante a "Operação Gafanhoto", coordenada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado, em março do ano passado. A denúncia aconteceu no começo de abril de 2009.
Eiko Uemura era dona da empresa Eikon Atacado de Alimentos, que, segundo o Gaeco, seria utilizada pela Organização Uemura para realizar os crimes. O grupo seria especializado em aplicar golpes financeiros no comércio de Cuiabá e de várias cidades de Mato Grosso.
MidiaNews apurou que Eiko teria sido ameaçada de morte, caso contasse como funcionava o esquema, supostamente chefiado por Júlio Uemura. Ela foi morta poucos dias antes de prestar depoimento sobre o caso na Justiça.
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