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Economia
Segunda - 19 de Abril de 2010 às 07:38
Por: Jonas da Silva

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 Empresária Sandra Benassi vai reformar o posto Lunna e aumentar oferta do combustível
Empresária Sandra Benassi vai reformar o posto Lunna e aumentar oferta do combustível

O consumo rápido de etanol em Mato Grosso tem feito os postos inverterem o número de bombas do combustível em relação à gasolina. Um dos fatores da alteração é o crescimento da frota de veículos flex, quase a totalidade nas vendas de concessionárias, após forte oferta de crédito. Na década de 1980 e 1990, a proporção era de 7 bicos do derivado do petróleo para 3 da cana-de-açúcar. Um indicador do abastecimento elástico do álcool está na comercialização de janeiro e fevereiro deste ano que superou todo o ano de 2000. Foram 61,27 milhões de litros no bimestre, acima dos 61,17 milhões de litros há 10 anos, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Há pouco tempo, entre 2006 e 2009, a venda quintuplicou, de 72,465 milhões de litros para 393,9 milhões. A mudança tem a ver com o peso que o combustível ganhou na cada vez mais economia verde, pelo seu custo- benefício ambiental, de fonte renovável, diferente do petróleo. Em comparação à gasolina, o etanol de cana reduz as emissões de gases do efeito estufa em até 60%, segundo estudos da Unica, união da indústria do setor, que reúne produtores de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Em alguns casos, a demora na transformação de bombas de gasolina em etanol representa perda de faturamento. A proprietária do Posto Lunna, Sandra Emília Benassi, lista que terá que colocar mais um tanque de 30 mil litros no estabelecimento devido à demanda. "Quando junta domingo e feriado, muitas vezes eu ficava na segunda-feira sem álcool para abrir o posto". Há 15 anos no setor, ela informa que a média diária de venda chega a 11 mil litros. "Antes eu tinha 3 bicos com álcool, hoje tenho 6. Vamos passar por reforma e colocar mais bomba de álcool por causa da demanda. Vamos ter de 8 a 10 para o álcool ou mais".

O proprietário da rede de Postos 3R"s, Rodrigo Osmar, inaugurou recentemente a quarta unidade no Coxipó. A vantagem do seu empreendimento é que ele já foi instalado com a realidade de mais bombas de etanol. Mesmo assim, avisa, se houver consumo superior de outro combustível, a gasolina, por exemplo, o depósito é reversível. "A tendência é de crescer o consumo do álcool. É um combustível limpo, um cartão de visita que o Brasil tem colocado no exterior". Ele diz que hoje não há receio ao combustível. "São Paulo não é mais terra de gado, mas só de cana".

O superintendente do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool-MT), Jorge dos Santos, diz que o consumo cresce pelo preço mais barato álcool no Brasil, nos últimos 2 anos, e por causa da carga tributária mais leve que outros Estados, em torno de 7%, segundo dados da Secretaria de Fazenda (Sefaz). "O consumidor comprou álcool ano passado a R$ 1,02 o litro". Mas ele adianta que o consumo vai ser puxado mais, pois, a estimativa é que este ano seja vendido 20% mais carros flex e o Estado deve ficar nesse patamar.

Ele cita que o setor não reinveste na atividade, pois "só o preço em R$ 1,50 a R$ 1,70 remunera a produção da indústria, distribuidores e postos". Se o consumo amplia, no curto prazo, o balanço entre consumo e produção de álcool em Mato Grosso até 2012 pode fazer do Estado um importador do produto, devido à produção estagnada de 570 milhões de litros mantida nos últimos 3 anos e à demanda pelo combustível, segundo dados do Sindalcool. A expansão este ano deve atingir 10% para 430 milhões de litros. Já entre carros, de acordo com o Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Mato Grosso (Sincodiv), o crescimento estimado para este ano é de 5% a 8%. Ou seja, vai haver mais pressão para utilização do álcool.

No meio das mudanças da civilização industrial, os empresários do setor ainda terão que modificar a nomenclatura atual do álcool para etanol até setembro, uma padronização exigida por lei para tornar o combustível global. A padronização do nome começou nos postos de Cuiabá e de todo o território nacional. Há 224 postos em Mato Grosso e a maioria deles ainda terá que fazer a configuração das bombas para o novo nome.

Promoção - A indústria sucroalcooleira passou a sugerir maior importância do setor no mundo. Uma das ações encampadas pelo governo federal nos últimos 2 anos é a utilização do álcool como combustível mundial, ou transformação dele em uma commodity, mercadoria de produção, uso e comercialização em escala internacional. O argumento é a capacidade do combustível se adequar a critérios ambientais recorrentes nos negócios. Há 2 meses, a influente Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, em inglês) decidiu classificar o etanol brasileiro como Combustível Renovável Avançado, o que vai aumentar mercado ao produto em torno de 15% do que é ocupado no país pela gasolina até 2020.





Fonte: A Gazeta

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