Mendes classifica como nazistas os Tribunais que "só condenam"
Prestes a deixar a presidência do Conselho Nacional de Justiça, o ministro mato-grossense Gilmar Mendes foi homenageado por senadores. Como presidente do CNJ e também do Supremo Tribunal Federal, ele foi aplaudido e elogiado durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. "O Judiciário saiu maior após esses dois anos de mandato". Ao dizer essa frase, Mendes foi aplaudido pelos senadores. As palmas contrariaram o regimento interno do Congresso.
Em frente aos parlamentares, Mendes também afirmou que o CNJ é um órgão que corta a própria carne ao se referir de punições a juízes de todos os Estados. A senadora Kátia Abreu (DEM - TO) disse que o ministro se tornou "o guardião da cidadania", pelo trabalho realizado no CNJ, em especial o mutirão fundiário, que possibilitou "reduzir os conflitos e estabelecer a paz no campo". O ministro afirmou que "não é possível aceitar a violência em nome de qualquer causa e que todos devem ser submetidos à lei. Protesto sim, violência não".
Mendes também falou sobre o projeto de lei que impede a candidatura de políticos com "ficha suja". "Não se mede o desempenho dos tribunais pelas condenações que faz. Tribunal que existe só para condenar, é nazista", respondeu ao ser provocado por um comentário do senador Pedro Simon (PMDB-RS). O peemedebista se disse preocupado com a morosidade da Justiça em julgar os processos envolvendo candidatos e parlamentares. O presidente do CNJ afirmou que acelerar o julgamento dos processos em todos os tribunais do país é um dos principais objetivos do CNJ ao estabelecer anualmente metas prioritárias para o Judiciário. Gilmar Mendes entrega o cargo de presidente do CNJ e do STF ao ministro Cezar Peluso no próximo dia 23.
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