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Até a conclusão da investigação, policiais vão fazer trabalhos administrativos. Policial que atendeu a ocorrência alegou que atirou porque rapaz reagiu.
Afastados 3 PMs envolvidos na morte de deficiente durante abordagem
Três policiais militares envolvidos na morte do deficiente auditivo, Ademar Silva Oliveira, de 19 anos, na terça-feira (7), em Cuiabá, foram afastados do serviço nas ruas. Eles estão sob investigação da Corregedoria-Geral da Polícia Militar de Mato Grosso e, até a conclusão do Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), devem desempenhar funções administrativas, conforme a assessoria da instituição. Eles também devem ser investigados pela Polícia Civil.
A previsão é que a investigação seja concluída no prazo de 40 dias. Deve ser analisado se os policiais agiram corretamente durante a abordagem, já que a vítima, enquanto deficiente auditiva, não teria ouvido a ordem para que levantasse as mãos até a cabeça e continuou caminhando pela Avenida República do Líbano, perto do Bairro Bom Clima, onde vivia com a família. Além de ser deficiente auditivo, a família informou que o jovem possuía transtornos mentais e já tinha sido internado várias vezes em um hospital psiquiátrico para tratar da doença.
O policial alegou ter atirado porque o rapaz esboçou reação ao ser abordado. Também deve ser apurado o motivo pelo qual o disparo atingiu o abdômen. Perguntando sobre o motivo pelo qual o disparo não foi efetuado contra a perna ou outro membro de Ademar, em vez de uma região onde órgãos vitais poderiam ser afetados, um dos policiais que atendeu a ocorrência informou que, "no calor do momento", é difícil definir o local onde o tiro irá acertar.
Para a família do jovem, a abordagem policial não foi correta, principalmente porque o jovem não estava armado. "A abordagem não foi correta. Meu filho não estava armado. Era um menino especial, nem falava direito, não fazia mal a ninguém", reclamou Ademar Oliveira, de 55 anos, pai da vítima. Ele disse que o filho tinha transtornos mentais e naquela data saiu de casa sozinho, sendo percebida a ausência dele cerca de 15 minutos depois. "O menino [Ademar] correu de medo deles [policiais] e eles atiraram nele", lamentou.
Após ser atingido pelo disparo de arma de fogo, a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Com ele, foi encontrado um facão que estava amarrado em sua cintura.
O corpo de Ademar foi sepultado na tarde desta quarta-feira (8), no Cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá, no Bairro Parque Cuiabá.
Em entrevista à TV Centro América, o secretário de Segurança Pública do Estado, Alexandre Bustamante, afirmou que os policiais são preparados para não matar ninguém. "Nenhum policial sai de casa para matar alguém. Nós ficamos tristes com o ocorrido, mas a gente sabe que a Polícia Militar é muito maior que a atividade de um profissional", pontuou.
Fonte:
Do G1
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