Cassado, Faustino Dias mantinha interferência
Escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal comprometem o ex-prefeito de Santo Antônio de Leverger, Faustino Dias (DEM). Mesmo afastado do cargo, ele tinha interferência na prefeitura por meio do então secretário de finanças, Odil Nascimento.
Uma interceptação telefônica do dia 25 de novembro 2009 mostra que Marcos da Costa, do Instituto Creatio, liga para o então secretário de Finanças do município, Odil Nascimento. Na conversa, Odil cobra documento para apresentar a Controladoria Geral da União (CGU) e diz que o novo prefeito, Harrison Benedito Ribeiro (PSDB), está fazendo “de tudo para complicar a vida de Faustino e da Creatio”.
Desde fevereiro Faustino estava cassado e o presidente da Câmara Municipal, Harrison Benedito, estava à frente da prefeitura de Santo Antônio. Para a PF, a conversa demonstra indícios de irregularidades envolvendo a prefeitura e o Instituto Creatio.
Harrison afirma que logo que assumiu a prefeitura suspendeu o pagamento à Creatio por que detectou situação irregular nos contratos. No diálogo, Odil ainda afirma que Harrison está aplicando o dinheiro destinado à saúde indígena no mercado financeiro. Harrison nega a acusação e diz que todo o dinheiro está retido numa conta à disposição da Justiça.
No inquérito da PF diversas irregularidades foram apontadas entre a prefeitura de Santo Antonio e o instituto. O ex-prefeito foi responsável pela introdução do Institituto Creatio na gestão da saúde indígena, sem licitação. Além disso, ele também foi responsável pela contratação de empresas manipuladas pelo lobista Valdebran Padilha para a execução de obras na cidade. Auditoria da Controladoria Geral da União revela que as licitações eram direcionadas e que os serviços eram prestados em qualidade e quantidade inferiores ao estipulado em contrato. Além disso, no caso da Oscip Creatio, segundo a PF, funcionava como cabide de empregos para apadrinhado político.
O advogado de Faustino, Sebastião Monteiro, declara em nome do cliente que os contratos do instituto com a prefeitura foram feitos após parecer da assessoria jurídica, que por sua vez tomou como base o contrato que o Tribunal de Contas do Estado tem com mesmo Instituto.
Comentários