Trabalho escravo: Multas somam R$ 3,3 milhões em MT
O Estado ocupa o 2º lugar em multas, perdendo por pouco para o estado de Goiás, que arrecadou R$ 3,4 milhões, seguido de Minas Gerais com R$ 3,2 milhões.
Na avaliação da procuradora do trabalho da 17ª região, Keley Cristo, a situação de trabalho escravo encontrada no Estado ainda é preocupante, embora Mato Grosso tenha deixado de liderar o ranking de trabalhadores resgatados.
"Isso acontece por que as atividades que empregam esse tipo de mão-de-obra estão mais ligadas à pecuária e ao roçado de áreas já desmatadas, o que não consome muitos trabalhadores".
Em 2009, o campeão foi o estado do Rio de Janeiro com o resgate de 715 trabalhadores, de um total de 4.283 em todo o Brasil. Mato Grosso está em 7º lugar no ranking, com 308 trabalhadores encontrados. "Ainda é um número alto", afirmou a procuradora que também é a vice-presidente do Conaete.
Essa diferença acontece, segundo ela, por conta do tipo de denúncia. No Caso do Rio de Janeiro, a mão-de-obra encontrada em situação análoga à escravidão foi numa fazenda de cana-de-açúcar, que normalmente emprega muito mais pessoas.
O diagnóstico do trabalho escravo no país foi apresentado durante o Congresso intitulado "De 1970 a 2010: 40 anos de luta pela erradicação do trabalho escravo", que acontece até hoje em São Félix do Araguaia (1.200 km a nordeste de Cuiabá).
A ideia é encontrar soluções para canalizar a utilização dos recursos oriundos de multas para a prevenção e qualificação de trabalhadores resgatados dessas áreas. Para isso, foi criado, pela Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae), um fundo estadual, pioneiro em todo país, gerido por membros dos Ministério Público Federal e do Trabalho, da Superintendência Regional do Trabalho (SRT), do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), a Central Única dos Trabalhadores (CUT-MT), além de entidades como o Centro Burnier Fé e Justiça.
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