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Quarta - 14 de Abril de 2010 às 05:53
Por: Clarice Navarro Diório

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Vítima sofreu ferimentos nas pernas e na barriga, mas não corre risco
Vítima sofreu ferimentos nas pernas e na barriga, mas não corre risco

Uma onça pintada atacou, na noite de segunda-feira, o técnico ambiental Valdemar Ortega, de 53 anos, dentro de uma reserva no Pantanal. Funcionário do Instituto Chico Mendes, ele trabalha há mais de vinte anos na Estação Ecológica do Taiamã, localizada a 200 quilômetros de Cáceres, às margens do rio Paraguai. Foi lá que o ataque aconteceu, por volta das 20 horas, quando Valdemar saiu de casa e foi até o gerador para desligar a energia.

“Eu pressenti a onça, consegui me esquivar, mas fui atacado e lutei com o bicho”, relatou o técnico, que sofreu ferimentos nas pernas e na barriga, mas não corre risco de morte.

Após o susto, ele conseguiu contato via rádio com colegas de trabalho e foi resgatado ontem, chegando a Cáceres, no final do dia. Após atendimento médico, ele foi levado para sua casa, em Mirassol D´Oeste, a 100 quilômetros de Cáceres. A analista ambiental Selma Onoma, colega de Valdemar, afirmou que o ataque sofrido pelo técnico foi comunicado logo após ter acontecido, e que o resgate só não aconteceu de imediato porque ele assegurou que estava bem.

Valdemar teria também dito aos colegas que teve muita sorte em escapar com vida e que pretende deixar de trabalhar na reserva, porque não foi a primeira vez que sofreu ataque de onça. No ano passado, ele já havia escapado de um quando vistoriava o maquinário da estação. Por ser área de preservação ambiental, a reserva do Taiamã concentra fauna diversificada e é local de convivência de onças, que buscam animais como capivaras e jacarés para se alimentar.

Relatos de pescadores da região informam que os ataques não são raros e que é perigoso acampar por ali. No final de junho de 2008 o pescador profissional Luiz Alex da Silva Lara, de 22 anos, foi atacado por uma onça enquanto dormia na barraca. O ataque foi violento. Arrastado para a mata, ele teve a nuca e os lados da face devorados. Teve o pescoço quebrado e coluna vertebral danificada, além de lacerações nas pernas. O bicho só deixou a vítima devido à aproximação de pescadores que estavam acampados nas proximidades. Eles foram alertados pelo pai de Luiz Alex, depois de ver o filho ser atacado sem conseguir impedir.

Uma semana após o ataque, o biólogo Rogério Cunha de Paula, do Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação de Predadores Naturais (Cebap/Ibama), esteve em Cáceres visitando a Reserva Ecológica do Taiamã e o local onde ocorreu o ataque. Ele informou que o acampamento dos pescadores estava no habitat dos animais e que o ataque não foi por falta de alimento. Na época, o biólogo alertou para o perigo de outros ataques. Segundo ele, existe um número considerável de onças pintadas no Pantanal, desde a região de Porto Jofre até Poconé e Cáceres.

“Ouvi muitos relatos de visualizações, em locais distintos. A onça está se acostumando com a presença do homem e isso pode facilitar o ataque. Os pescadores que dependem da atividade para sobrevivência devem procurar lugares descampados e adotar medidas preventivas, como fazer barulho ao chegar, soltando bombinhas, por exemplo, e devem acampar sempre em grupos. O habitat deve ser respeitado”.






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