O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta terça-feira (13) que o governo não tem condições de dar um reajuste aos aposentados acima de 7% para aposentados e pensionistas que ganham acima de um salário mínimo. Ele afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá recorrer ao veto se Câmara e Senado aprovarem um índice maior. Na semana passada, líderes da Câmara e do Senado chegaram a anunciar um acordo que previa reajuste de 7,7%.
Padilha participou nesta terça de um almoço com líderes da base aliada na Câmara. A proposta original do governo, que está em uma medida provisória e já foi repassada aos aposentados, é de 6,14%. O ministro afirmou que o limite para subir o reajuste é para 7%. “Além disso o governo não suporta e não vai levar a uma irresponsabilidade fiscal dando um aumento maior.""
Ele destacou que Lula já vetou um reajuste para aposentados em 2006 e não teria problema em fazer isso novamente em um ano eleitoral. “Se quiserem esticar a corda, quem muito quer, nada tem. O presidente Lula já vetou outras vezes e em 2006 o presidente vetou mesmo senado ano eleitoral”.
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), defendeu que seja construído um acordo conjunto entre as duas Casas. “Essa é uma matéria vinculada entre Câmara e Senado, já que terá de voltar para cá se for aprovado diferente lá.”
O líder do PSC, Hugo Leal, enfatizou que não seria possível para a Câmara dar um aumento menor do que o Senado. “O acordo tem de ser conjunto. Se não for, vamos votar aqui já os 7,7%.”
Diante do impasse, o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que a votação do tema pode não ser realizada nesta semana.
Previdência
O ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, afirmou também que há um limite para o reajuste. Ele destacou que o aumento para 6,14% já traz um ganho real para aposentados e pensionistas. Segundo o ministro, a subida do índice para 7% traria um gasto extra de R$ 1,1 bilhão para a Previdência. O reajuste de 7,7% traria um custo maior de R$ 1,8 bilhão.
Gabas cobrou ainda que se apresente uma fonte de recursos para que se dê este aumento maior. “A nossa preocupação era de que tivesse uma fonte porque não queremos colocar isso na conta do que é chamado de déficit da previdência”.
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